Após os relatórios da Polícia Federal (PF), áudios de Mauro Cid obtidos pela Revista Veja têm voltado a repercutir nas redes sociais. Nos áudios divulgados em março deste ano, o ex-ajudante de ordens da presidência fala sobre as investigações da PF, critica o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e fala que, em todo o processo, só ele teve prejuízos. Sobre a veracidade das gravações, Cid diz confirmou que são reais e os define como “desabafo”.
Nos áudios, Cid diz que nenhum dos envolvidos havia perdido a carreira e a vida financeira como ele. Ele ainda diz que, para os políticos envolvidos, as investigações do período poderiam ter até uma repercussão positiva, pois, segundo ele, “conseguem se eleger fácil”. Ele ainda declarou que se não colaborasse com as investigações pegaria de 20 a 30 anos de detenção.
O militar também expressa, em uma das gravações, críticas à maneira como a Polícia Federal realizou o seu interrogatório e acusa severamente Moraes, que é o responsável pela supervisão dos inquéritos envolvendo Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro. “O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse Cid à pessoa que recebeu as declarações.
Em um dos áudios, ele também declarou que os investigadores desejavam que ele relatasse “coisas que não aconteceram”.“Eles não aceitavam e discutiam que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo. Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queria saber a verdade”, disse Cid. Em comunicado, a defesa de Cid reafirmou que os áudios foram meros “desabafos” e enfatizou que o que foi dito não comprometeria, de forma alguma, a integridade dos termos da delação premiada do militar com a Polícia Federal.
17 horas ago