O ex-deputado estadual Rafael Tavares (PL) é acusado de receber dinheiro de ”rachadinha” quando estava na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul. O caso foi denunciado ao partido dele. Tavares e partido negam qualquer operação ilegal.
O ex-chefe de gabinete de Tavares teria montado um site na própria casa e recebia os valores que deveriam serem usados para atuação legislativa. O mais grave é que o próprio chefe de gabinete do então deputado, Danilo Assis Azambuja, teria emitido nota fiscal da operação.
O dinheiro seria sacado por Assis e repassado a Tavares. O noticioso da cidade diz que a alta cúpula do PL e o ex-presidente Bolsonaro já estariam de posse das informações.
SUPERPODEROSO
As suspeitas recaem, segundo a denúncia, pelo fato do chefe de gabinete de Rafael, Danilo Assis Azambuja, ser sócio do escritório de advocacia Demirdjian, Bino Glaychman & Azambuja advogados associados. Notas fiscais e Portal da Transparência mostram que advogados desse escritório receberam valores altos pelos serviços advocatícios prestados ao gabinete de Tavares.
Ainda conforme a apuração, somente Alexandre Glaychman recebeu R$ 50 mil em três meses (julho, agosto e setembro de 2023). Marcelo Bonotto Demirdjian recebeu R$ 95 mil em agosto, outubro, novembro e dezembro de 2023 e janeiro e fevereiro de 2024.
No entanto, Tavares diz que contratou os advogados desse escritório, que tem um CNPJ, de forma individual, por meio do CNPJ de cada profissional.
”Nunca contratei o escritório e sim um advogado por vez e de acordo com o tema que a gente iria trabalhar”, observou Rafael.
Danilo é sócio de escritório que atende Tavares (Foto: reprodução internet)
SITE
Danilo, além de chefe de gabinete e membro de escritório que atende Tavares, também é dono do site de notícias MS Conservador. O ex-deputado garante que o gabinete nunca pagou um centavo ao portal que só traz notícias benéficas a ele e ataques a adversários, sobretudo os de esquerda.
Escritório de chefe de gabinete recebeu alto da Alems (Foto: Repórter Top)
RESPOSTA
Tavares classificou a história como mentirosa e que o jornalista que o acusa foi condenado a 14 anos de prisão por extorquir políticos em troca de dinheiro. Disse que não há provas nenhum sobre isso e que o PL já analisou o caso e não viu indícios de irregularidades.
O pré-candidato a prefeito gravou um vídeo em frente a uma delegacia e disse que iria registrar boletim de ocorrência. Ele prometeu cobrar as provas pelas vias judiciais.
O outro envolvido, Danilo Assis, disse que a denúncia é fruto da pré-candidatura dele a vereador e que o acusador é que é desonesto.
O PL
Procurado pela reportagem, o presidente do PL-MS informou, por meio de sua assessoria, que está levantando informações sobre a questão e que não irá se manifestar a respeito nesta semana ainda. O espaço está aberto a Danilo Azambuja e demais advogados.