Para fugir da tensão devido a crise, Lula viaja nesta semana para Egito e Etiópia

Na tentativa de aliviar a tensão diante da crise institucional com o Congresso Nacional e para fugir um pouco das críticas por conta do péssimo começo do seu terceiro mandato, o presidente comunista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem viagem nesta semana para o Egito e a Etiópia, dois novos integrantes do Brics, grupo que reúne algumas das principais economias emergentes do mundo.

A alegação é que a viagem é para mostrar interesse do Brasil na relação com economias emergentes, no entanto, a estratégia é mudar o foco, mostrar na mídia seu interesse pelas relações internacionais diante do colapso iminente da gestão petista.

As contas do governo central, que engloba Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registraram déficit primário de R$ 230,5 bilhões em 2023, o segundo pior da história, conforme dados do Banco Central.

As estatais federais retornaram ao estado de déficit durante o governo comunista, com um déficit primário registrado em R$ 656 milhões em 2023. Este valor, anunciado pelo Banco Central, denota o resultado mais desfavorável das empresas estatais desde 2017.

Agenda

O giro de Lula pela África, segundo a imprensa de esquerda que apoia o governo, é parte da estratégia do presidente de diversificar os parceiros do Brasil nas relações exteriores. Lula também busca fortalecer alianças com países em desenvolvimento, investindo na chamada diplomacia sul-sul (em referência ao sul global).

Neste ano, o presidente ainda não fez viagem internacional. Começar pela África demonstra a importância que ele quer dar ao continente.

No Egito, os destaques da agenda de Lula serão reuniões bilaterais com o presidente do país, Abdul Fatah Khalil Al- Sisi,. Também está prevista uma visita do presidente à Liga dos Estados Árabes

Na Etiópia, Lula vai participar, como convidado, da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, entidade que reúne as 55 nações da África.

Relações comerciais e guerra

Lula chega ao Cairo, capital do Egito, na terça-feira (14). As reuniões com o presidente Abdul Fatah Khalil Al- Sisi estão marcadas para o dia seguinte, quarta (15).

De acordo com o Palácio do Itamaraty, o Brasil estreitou laços com o Egito durante as negociações para retirar brasileiros da região do conflito da Faixa de Gaza. A saída passava necessariamente pelo território egípcio. O governo quer aproveitar o canal diplomático aberto para intensificar o diálogo com o país africano.

“O Egito é um ator importante na região. Esse diálogo se deu nos mais diversos níveis para conseguir a repatriação dos brasileiros. Essa circunstância tornou a relação ainda mais importante”, afirmou o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, durante apresentação para jornalistas sobre a viagem de Lula.

A guerra entre Israel e o Hama será um dos tópicos de conversa do presidente Lula com Al-Sisi. Mas o Brasil também quer falar de relações comerciais. O Egito é visto como parceiro estratégico na África.

“É um comércio forte e diversificado, especialmente nos produtos agrícolas”, afirmou o embaixador.

O governo brasileiro espera que o Egito aprove nos próximos meses novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina. Em 2023, o país africano diversificou as compras do Brasil e passou a importar peixes e derivados, carne de aves, algodão, gelatina e colágeno

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