Imagine dar vida a criaturas fantásticas em filmes ou adicionar ainda mais realismo na movimentação e expressão de personagens de videogames? Tudo isso é possível com a técnica de captura de movimento. Esta técnica, também conhecida pelas abreviações mocap ou mo-cap, permite capturar movimentos do mundo real e transferi-los para personagens digitais.
Resumidamente, ela registra ações de atores humanos e usa essas informações para animar modelos de personagens digitais em animação computadorizada 2D ou 3D. Quando inclui rosto e dedos ou captura expressões sutis, a técnica recebe o nome de captura de performance.
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Neste artigo, vamos explorar como funciona essa tecnologia inovadora e seus principais usos na cultura popular.
O que é e como funciona a captura de movimento?
Os atores usam trajes elásticos com marcadores refletivos ou sensores embutidos em pontos estratégicos para uma captura precisa dos movimentos. Várias câmeras infravermelhas ou de alta definição ao redor do espaço de captura registram esses movimentos, e sensores inerciais ajudam em áreas de difícil captura. Durante a gravação, câmeras e sensores registram as posições dos marcadores em tempo real, em um estúdio especializado.
Os dados capturados são sincronizados e compilados para criar um mapa tridimensional dos movimentos, depois processados para remover ruídos e aplicados a modelos 3D dos personagens digitais. Os animadores refinam os movimentos, ajustando detalhes e integrando expressões faciais. Finalmente, os movimentos refinados são renderizados, com a adição de iluminação, texturas e efeitos visuais, para criar as cenas finais.
Quais são seus principais usos?
Nos videogames
Na indústria dos games, o uso do mocap é fundamental para capturar movimentos mais precisos e realistas, aplicando-os à movimentação dos personagens. Seu início na indústria dos jogos atribui-se muitas vezes ao game para PC Vixen, da desenvolvedora Martech, em 1988. A captura de movimento foi posteriormente usada para animar os modelos de personagens 3D nos jogos de luta Virtua Fighter (1993) e Virtua Fighter 2 (1994).
Em meados de 1995, a desenvolvedora de games Acclaim Entertainment, conhecida por títulos como Mortal Kombat e Turok, criou internamente em seus escritórios um estúdio de captura de movimento. A Warner Bros. utilizou esse estúdio para a produção do filme Batman Eternamente.
No cinema
A captura de movimento já ajudou a desenvolver criaturas fantásticas e animais, com o ator britânico Andy Serkis interpretando alguns dos mais famosos. Ele deu vida a personagens icônicos como Gollum/Smeagol na saga O Senhor dos Anéis e o macaco Caesar na trilogia reboot “O Planeta dos Macacos”.
O primeiro personagem inteiramente criado usando captura de movimento no cinema foi Jar Jar Binks, em Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma (1999). O filme Sinbad: Nos Limites da Aventura (Sinbad: Beyond the Veil of Mists), 2000, foi o primeiro longa-metragem feito inteiramente com captura de movimento.
Outros exemplos notáveis incluem o filme O Expresso Polar, no qual o astro Tom Hanks interpreta diversos personagens distintos através da captura de movimento. Já na adaptação de 2007 da saga Beowulf, utilizou-se a técnica para dar vida a personagens animados cujas aparências basearam-se nos próprios atores que forneceram seus movimentos e vozes.
Mas foi em Avatar (2009), de James Cameron, que a captura de movimento atingiu um novo patamar. O filme revolucionou a indústria cinematográfica ao apresentar um mundo completamente imersivo, onde personagens digitais, de visual quase indistinguível de humanos reais, habitavam uma realidade alienígena vibrante.