Deputado de MS quer acabar com Força Nacional de Segurança

Deputado federal Marcos Pollon (PL) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo – 328/24, que extingue a Força Nacional de Segurança Pública. Atualmente, o grupo policial é usado em situações excepcionais e é subordinado ao Ministério da Justiça. 

A Força é composta por policiais militares de destaque, selecionados nos estados brasileiros. Em diversas situações, o grupo foi usado em Mato Grosso do Sul, seja em conflitos entre indígenas e produtores rurais ou em ações de guerra ao crime organizado. A mesma força foi usada recentemente na tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul. 

A proposta de Pollon susta o decreto 5.289, de novembro de 20204, do então presidente Lula (PT) que disciplina o uso desse grupo policial. Em um trecho do projeto, Pollon, aliado de Jair Bolsonaro, diz: 

”[o decreto de Lula] viola princípios como a autonomia dos estados, a segurança pública como responsabilidade dos estados e do Distrito Federal, ou a necessidade de lei complementar para regulamentar as polícias civis e militares”.

Em outro trecho, ele faz outra acusação. ”… a Força Nacional de Segurança tem servido ao Governo Federal que politicamente determina sua atuação por questões ideológicas e menospreza a questão jurídica penal”, diz o PDL. 

Pollon critica Força Nacional em Douradina (Foto: Reprodução Instagram)

Douradina

A motivação mais recente do deputado em acabar com a Força Nacional de Segurança se deu em razão do que ele chama de invasão de indígenas guaranis e kaiowás a uma fazenda reclamada como terra ancestral, em Douradina. Segundo a Agência Brasil, a área de cerca de 12 mil hectares está com processo de demarcação parado desde 2011. 

Pollon, em suas redes sociais, comentou que a Justiça Federal ordenou a saída dos nativos, na terça-feira (23), mas que a Força Nacional não cumpriu a reintegração de posse. Ele também acusa os indígenas de uso de violência e ameaça contra trabalhadores da propriedade.

Dois dias depois, ele escreveu: ”A Força Nacional está tendo sua finalidade desviada por esse desgoverno, se transformando em uma verdadeira guarda nacional bolivariana do Brasil”. 

Entramos em contato com o Ministério da Justiça e o espaço está aberto. Não conseguimos contato para falar com lideranças indígenas envolvidas no caso de Douradina e o espaço está igualmente aberto. 



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