Parlamentares aprovaram parecer do relator; fim da audiência no Conselho de Ética teve xingamentos e ameaças O deputado federal bolsonarista Zé Trovão (PL-SC) partiu para cima de André Janones (Avante-MG) após sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovar o arquivamento do processo de cassação aberto contra o aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Janones é acusado de um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete. A representação contra ele foi apresentada por parlamentares do PL.
No Instagram, Trovão compartilhou o vídeo de briga e uma publicação em que chama Janones de “rei das rachadinhas”.
A sessão terminou em bate-boca. Além de Trovão, deputados bolsonaristas como Nikolas Ferreira (PL-MG), cercaram Janones aos gritos de “rachadinha”. Em meio ao tumulto, houve também ameaças de agressão: Janones chamou Nikolas para resolver “lá fora”. Ambos partiram um para cima do outro e foram separados por seguranças da Câmara e outros parlamentares.
Vídeos nas redes sociais mostram que a confusão se alastrou pelos corredores, com novos xingamentos e ameaças de agressão.
— Só nós dois, moleque golpista. Quebro a sua cara com um soco — disse Janones.
— Bate, rachadinha — retrucou Nikolas.
No X, Nikolas afirmou que Janones fez xingamentos contra ele, a família e a honra. “Provoca, chama para a briga e quer que a gente fique calmo? NInguém é de ferro”, escreveu. Também na plataforma, Janones chamou o adversário de “frouxo”.
Placar da votação
O placar da votação desta quarta ficou em 12 a 5 pela aprovação do parecer do relator, deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que votou pelo arquivamento do pedido de cassação.
Janones e parlamentares de oposição trocaram empurrões após a votação. O deputado foi escoltado pela Polícia Legislativa até a saída.
A representação contra Janones foi apresentada após dois ex-assessores do parlamentar afirmarem que ele cobrava funcionários lotados em seu gabinete na Câmara a repassar parte dos seus salários. O caso é investigado pela Polícia Federal.
Em entrevista ao GLOBO, Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira disseram que a prática envolvia até mesmo os valores recebidos como 13º e chegava a 60% dos vencimentos.
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