Voar contra a rotação da Terra pode torna voos mais rápidos? Descubra!

Voar no sentido contrário à rotação da Terra pode parecer a melhor solução para voos rápidos, pois se você vai ao encontro de algo que está “caminhando” na sua direção, eventualmente, irão se encontrar no meio do caminho. Porém, não é assim que as coisas acontecem neste planeta.

Gravidade, ventos, combustível, aerodinâmica e Newton estão no meio da resposta sobre o motivo pelo qual “voar ao contrário” não é a solução quando pensamos em agilidade na aviação. Na verdade, essa pode ser uma péssima ideia, gerando prejuízos e ainda mais horas de voo. A curiosidade aflorou para saber o motivo? Vem que a gente explica.

Ao contrário da crença popular, velocidade de rotação da Terra não tem tanta influência na aviação.Fonte:  Getty Images 

Apertem os cintos, a Terra vai girar

A Terra faz seu rodopio axial no sentido de oeste para leste há uma velocidade de aproximadamente 1.666 quilômetros por hora, completando a volta em torno de si em um tempo aproximado de 24 horas.

Já os aviões comerciais e jatos podem atingir velocidades entre 900 km/h e 1.000 km/h. Supersônicos, como o aposentado Concorde, podiam viajar em velocidades superiores há 2.000 km/h!

Então, seria de se esperar que a soma dessas velocidades em sentidos contrários gerassem voos de minutos ao invés da longas horas cruzando os ares entre os continentes. Seria um pulinho sair do Brasil e chegar à Nova Zelândia voando no sentido de leste para oeste. Mas infelizmente, essa é uma ideia falsa.

Por mais velozes que sejam os aviões e a rotação do nosso planeta, não conseguimos eliminar os princípios físicos que regem o nosso mundo, entre eles, a inércia. Estamos girando pelo espaço na mesma velocidade da Terra e, seja em solo, água ou ar, não há nada que possa modificar essa velocidade.

Você só vai conseguir sair da influência de rotação da Terra se estiver no espaço.Fonte:  Getty Images 

Para que a ideia de voar no sentido contrário à rotação da Terra fosse possível, ao decolar o avião teria que “anular” a força inercial, mantendo uma velocidade constante, como se estivesse parado, enquanto a Terra giraria, mostrando o destino para o avião pousar em segurança no seu objetivo.

É como você fazendo exercícios em uma esteira. Apesar de estar correndo, você está apenas mantendo uma velocidade constante para não ser arrastado e lançado ao chão enquanto a esteira contabiliza o deslocamento. O que te mantém “parado” além da velocidade, é o atrito. Mas graças a inércia, a rotação da Terra não tem uma influência direta na duração dos voos, mas os fenômenos que ela provoca, sim.

O arrastão da Terra

Lembra que comentamos acima que tudo o que está na Terra está sob o efeito da inércia? Pois bem, isso inclui a atmosfera. Quando nosso planetinha rodopiante faz seu movimento axial, ele arrasta a atmosfera junto, formando, correntes de ar.

Essas correntes respondem ao fenômeno conhecido como Pseudoforça Inercial de Coriolis, que explica o movimento de “giro” dos fluidos sob influência da rotação da Terra.

Você já deve ter visto o experimento do ralo, onde a água supostamente gira em sentidos diferentes dependendo do hemisfério em que você estiver.Fonte:  Getty Images 

Nesse caso, estamos falando especificamente do ar, que se turbilhona em correntes que se movimentação de oeste para leste, no mesmo sentido da rotação do nosso planeta. Em grandes altitudes, são formadas as correntes de jato, onde os aviões geralmente voam.

As conhecidas altitudes de cruzeiro, acima dos 10 km acima do solo, buscam por essas correntes para impulsionar o avião. É sempre melhor viajar à boleia do vento. Não ser “do contra” pode te ajudar a economizar combustível e horas de voo.

Voando contra o tempo

Então, ao contrário do que se possa pensar, a Terra não está fugindo aos nossos pés, mas sim contribuindo para que os aviões tenham voos mais suaves. Se já existem trechos com possibilidade de turbulência, imagine voar contra o vento em todas as viagens?

E é isso que acontece quando você voa no sentido contrário a rota habitual, voos mais difíceis devido ao aumento da resistência do ar, maior gasto de combustível e mais e mais horas de voo.

Entretanto, tudo isso não significa que não haja voos no sentido contrário à rotação, mas sim que as rotas tendem a serem calculadas para seguir as melhores rotas de ventos, pois são as correntes de ar e as condições climáticas que realmente geram impacto na duração dos voos.

Ficou com alguma dúvida? Conte para gente em nossas redes sociais e aproveite para entender também, por que o tempo não ‘anda para frente’, segundo a Física moderna. Até a próxima!

Fonte

Compartilhe:
Facebook
WhatsApp
Twitter
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas Notícias
Enquete

Qual sua opinião do Governo Lula?

Matérias Relacionadas