Vanda Camilo (PP), prefeita de Sidrolândia, cidade distante a 70 quilômetros de Campo Grande, trocou o comando da secretaria de Saúde do município. A informação foi publicada no Diário Oficial da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) desta quinta-feira (22).
Assim, a advogada Elaine Além Brito deixa o cargo que ocupava desde o dia 4 de setembro de 2023. Na edição, não há informações se o desligamento foi a pedido e nem mesmo quem assume a pasta.
No ano passado, vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito investigavam contratos da prefeitura implicados na Operação Tromper. Na época, o vereador presidente da CPI, Enelvo Felini Junior (PSDB) relatou que a secretária que atuava em outra repartição teria dispensado os funcionários do setor de licitação antes do expediente para não fornecer informações.
“Quando era 12h, a secretária Elaine Brito veio aqui e dispensou todos os funcionários da licitação para não fornecer os documentos”, apontou. O relator da CPI, vereador Cleyton Martins Teixeira (PSB) disse que a Comissão seguiu o rito para solicitação da documentação. Depois do ocorrido, ela foi designada para a Saúde e agora desligada.
Operação Tromper
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriu 9 mandados em Sidrolândia no dia 21 de julho de 2023. Os mandados são parte da segunda fase da Operação Tromper. Foram 5 mandados de busca e apreensão e 4 de prisão preventiva.
Também foram cumpridos mandados de busca na Prefeitura de Sidrolândia. A primeira fase da operação, conforme o Gaeco, identificou a organização criminosa formada pelas empresas que participavam das licitações.
Essas empresas chegaram a firmar contratos milionários com a Prefeitura de Sidrolândia. O grupo ainda fraudava licitações e desviava dinheiro público, bem como fazia pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.
Esquema de fraudes
O esquema de corrupção sobre licitações da Prefeitura de Sidrolândia envolvia empresários da cidade, que fraudavam documentos das empresas concorrentes, para garantir que seriam as contratadas. Mesmo assim, sem estrutura, essas empresas terceirizavam os serviços pelos quais receberam milhões de reais do dinheiro público.
A investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ainda aponta a participação de ao menos quatro servidores públicos no esquema de fraudes.
Conforme a peça em que foram embasados os pedidos de prisão e de busca e apreensão, da primeira fase da Operação Tromper, o esquema de corrupção teria iniciado em 2017.
Desta forma, os empresários aproveitavam dos CNPJs para participar das licitações, mesmo sem qualquer tipo de experiência, estrutura ou capacidade para executarem os serviços ou fornecimento nos contratos firmados.