Traje espacial inspirado no filme Duna transforma urina em água potável

Um novo projeto de traje espacial inspirado no filme Duna é capaz de transformar a urina em água potável em cinco minutos, garantindo a hidratação dos astronautas durante longas caminhadas espaciais. Detalhes da novidade foram divulgados na revista Frontiers in Space Technologies na quinta-feira (11).

Desenvolvido por cientistas da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, o equipamento coleta a urina, a purifica e a devolve para o usuário por meio de um tubo. Ele inclui um copo coletor de silicone que se ajusta ao redor da genitália em homens e mulheres, instalado em uma roupa íntima feita com tecido flexível.

Protótipo do equipamento inspirado no filme Duna.Fonte:  Phys.org/Reprodução 

O coletor é conectado a uma bomba de vácuo ativada automaticamente quando o astronauta urina. A seguir, a urina vai para o sistema de filtragem, onde passa por uma reciclagem com 87% de eficiência, removendo a água e separando-a do sal — também há a possibilidade de enriquecer a água com eletrólitos, transformando-a em bebida energética.

Pesando cerca de 8 kg, o dispositivo de reciclagem possui formato de mochila e pode ser acoplado às costas do traje. Segundo os pesquisadores, o sistema gasta cinco minutos para transformar 500 ml de urina em água potável e é possível usá-lo várias vezes.

Como é feito atualmente?

Durante as caminhadas espaciais, os astronautas têm apenas um litro de água disponível nas bolsas do traje e utilizam uma fralda modificada para absorver a urina. Porém, a solução é considerada desconfortável, anti-higiência e propensa a vazamentos, levando alguns profissionais a limitar a ingestão de bebidas.

Com tais limitações, as caminhadas lunares de longa duração ficariam prejudicadas, já que podem durar 10 horas ou um dia inteiro, em situações de emergência. Na Estação Espacial Internacional, a tripulação já consegue reciclar 98% da urina e do suor, mas o método não está disponível externamente.

Calça com o coletor de urina que será usada pelos astronautas.Fonte:  Phys.org 

Os criadores do protótipo planejam disponibilizá-lo nas missões Artemis previstas para 2025 e 2026, que devem marcar o retorno das viagens tripuladas à Lua, e também para as missões com destino a Marte na próxima década. Antes disso, o sistema passará por testes em condições de microgravidade simuladas.

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