O tenente Aparecido Portela, conhecido como ”Tenente Portela”, aparece nas investigações da Polícia Federal, que aponta para um plano de golpe de estado, no fim do mandado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022. Em mensagens, o presidente do PL em Campo Grande usa o termo ”churrasco” para se referir à trama.
Em uma das mensagens interceptadas pela PF, Portela – amigo pessoal de Jair Bolsonaro – conversa com Mauro Cid, ex ajudante de ordens do então presidente. A interpretação da investigação é que o tenente cobrou de Cid quando seria iniciado o levante antidemocrático.
”O pessoal que colaborou com a carne está me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco. Pois estão colocando em dúvida a minha solicitação”, escreveu Andrade.
Segundo o Metrópoles, Mauro respondeu: ”vai sim. Ponto de honra. Nada está acabado ainda da nossa parte”.
Portela queria saber data do golpe, diz PF (Foto: Instagram e Geraldo Magela – Senado)
O tenente-coronel Cid completa dizendo que ”se quiser, eu falo com eles…para tirar da sua conta” e recebe como resposta de Andrade ”se eles vierem aqui em casa, eu ligo, por viva voz para o senhor. Vamos vencer de alguma forma”, treplicou Portela.
Entramos em contato com o celular do Tenente Portela, que também é suplente da senadora Tereza Cristina (Progressistas), mas não houve retorno.
PF interceptou mensagem de Portela para Mauro Cid (Foto: reprodução PF)
Relatório
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, retirou, nesta terça-feira (26), sigilo do relatório da PF – que contém cerca de 800 páginas – e encaminhou à Procuradoria Geral da República. O Procurador Geral, Paulo Gonet vai se debruçar sobre o caso e avaliar se denuncia os indiciados, arquiva, pede novas investigações ou denuncia parcialmente os investigados. Não há data para isso.