Presa acusada de operar fraudes no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), a servidora comissionada – e suspensa por 6 meses das funções – Yasmin Osório Cabral teve pedido de liberdade negado. Assim, ela permanece detida em uma cela no presídio feminino “Irmã Irma Zorzi”, no Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande.
Pivô de esquema de fraude no sistema do Detran-MS que pode ter rendido ‘lucro’ de até R$ 2 milhões, Yasmin foi presa em sua casa, no Jardim São Lourenço, por volta das 20h de sábado, por força de mandado de prisão preventiva. Ela recebia propina para, clandestinamente, dar baixas em caminhões com restrições, em fraude cometida em conjunto com o despachante David Clocky Hoffaman Chita, que está foragido.
Então, o advogado de defesa da servidora, André Stuart Santos entrou com pedido de habeas corpus na segunda-feira. O HC foi negado em decisão proferida por volta das 16h desta quarta-feira (10). O pedido é analisado pela 3ª Vara Criminal.
Por enquanto, a decisão foi liminar, ou seja, provisória. Logo, ainda pode ser revertida com a decisão final.
Yasmim estava lotada por último na Corregedoria de Trânsito (Cotra) do Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul)
Operação revela fraudes no Detran-MS

Conforme o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), Yasmin teria participado de esquema que rendeu cerca de R$ 290 mil em apenas um dia – mas os valores podem chegar a R$ 2 milhões. Ela seria pivô da investigação e teria papel-chave na identificação dos “beneficiários” dos desvios ocorridos no Detran-MS.
Conforme a polícia, a servidora obtinha clandestinamente senha de outros servidores, acessava o sistema e identificava caminhões com restrições. Então, passava informações para o despachante David Cloky Hoffamam Chita, que exigia o pagamento de R$ 10 mil dos proprietários para liberar os veículos.
Assim, ao receber os valores, a servidora liberava as restrições no sistema e o despachante baixava a documentação. Ao menos 200 veículos liberados irregularmente pelo grupo estão identificados.
Ainda, ficou constatado nas investigações que Yasmin receberia presentes de David como um iPhone 15 Pro Max, joia e valores no Pix.
Negou pedido de despachante
O desembargador Fernando Paes de Campos negou pedido para revogar prisão preventiva contra o despachante David Cloky Hoffamam Chita, que está foragido após operação da polícia revelar que ele era chefe de esquema que pode ter lucrado até R$ 2 milhões com fraudes no Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul). O habeas corpus tramita na 3ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de MS).
“Destarte, ante ao exposto, indefiro a liminar pleiteada”, declarou o magistrado em decisão publicada no Diário Oficial da Justiça desta terça-feira (9).










