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Senado aprova projeto que dá às vítimas de violência doméstica tratamento dentário pelo SUS

Senado aprova projeto que dá às vítimas de violência doméstica tratamento dentário pelo SUS

Em Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP) anunciou o projeto que vai oferecer atendimento odontológico às mulheres vítimas de violência

As mulheres que perderam dentes ou tiveram fraturas faciais após sofrerem agressões domésticas terão direito à reconstrução dentária pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O Senado aprovou nesta terça-feira (11) o projeto de lei (PL 4.440/2024) que prevê o tratamento prioritário e gratuito. O texto segue para sanção presidencial. Em Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP), anunciou o projeto ‘Sorrindo pra Vida’, que vai oferecer atendimento odontológico às mulheres vítimas de violência que ficaram com sequelas físicas odontológicas, como a perda de dentes.

Conforme a Agência Senado, a senadora Drª Eudócia (PL-AL) apresentou em Plenário seu parecer favorável à criação do Programa de Reconstrução Dentária para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica previsto na proposta. Ela explicou que as intervenções odontológicas incluem procedimentos de emergência, como o controle de hemorragias, o tratamento de infecções e a redução de fraturas.

Dependendo do caso, também podem ser necessárias cirurgias complexas para a consolidação óssea e a colocação de próteses dentárias. Outros procedimentos cirúrgicos e plásticos podem ser indicados para restaurar o sorriso e minimizar os impactos psicológicos.

“Os danos físicos que acometem a face e o aparelho bucal se destacam pelos efeitos incapacitantes, que ultrapassam os aspectos funcionais, alcançando também as dimensões social e emocional da mulher agredida”, explicou.

O texto recebeu apoio de senadoras que participaram da sessão. A senadora Zenaide Maia (PSD-RN), que é médica, defendeu a independência econômica feminina e pediu que a saúde da mulher seja definitivamente colocada no orçamento. “Na violência doméstica, na grande maioria, eles usam a face, que é uma maneira de destruir a mulher. Normalmente, as lesões são graves. Precisam de recuperação e implante dentário”, esclareceu.

Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) parabenizou a autora da proposta, deputada Simone Marquetto (MDB-SP), e afirmou que uma lei já existente prevê que o agressor tenha que ressarcir os gastos do SUS com esse tipo de tratamento. 

“Nós que estamos na ponta trabalhando com mulheres, quando o rosto delas é desfigurado, há marcas para a vida inteira. Temos muitas instituições, cirurgiões plásticos que estão se dedicando a restaurar rostos destruídos”, complementou. 

A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) lamentou que, em pleno século 21, esse tipo de assunto ainda precise ser discutido, e a senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) lembrou que a lei ainda depende de regulamentação e pediu urgência por parte do Ministério da Saúde.

CCJ do Senado vota projeto de senadora de MS

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal analisará, nesta quarta-feira (12), o projeto de lei 2.083/2022 que impõe medidas para reforçar a proteção das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. A proposta da senadora de Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke (Podemos), determina afastamento dos agressores condenados da casa e local de trabalho das vítimas.

De acordo com o texto, os condenados deverão ser submetidos ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), que é uma forma de cumprimento de pena no regime fechado. A reclusão tem regras mais rígidas, como a permanência em cela individual e limitações ao direito de visita e de saída para o banho de sol.

Além disso, a proposta da senadora prevê a transferência obrigatória do preso para outras instituições penais em caso de persistência de ameaças e agressões.

O projeto foi batizado de ‘Lei Bárbara Penna’. Bárbara foi vítima de tentativa de feminicídio em 2013 na cidade de Porto Alegre (RS), onde teve o corpo incendiado, foi jogada do terceiro andar do prédio onde morava e teve seus dois filhos assassinados pelo então marido. Ele foi condenado a 28 anos de prisão e ainda continuou ameaçando Bárbara de dentro da prisão.

“A resposta do Estado para casos assim deve ser firme, em casos como esse a postura do Estado precisa ser firme, para evitar a prática de novos crimes contra as vítimas sobreviventes e trazer tranquilidade às suas famílias”, argumenta a senadora na sua justificativa para o projeto.

O relator é o senador Eduardo Braga (MDB-AM), que recomenda a aprovação com emendas, conforme divulgado pela Agência Senado.

A reportagem do Midiamax listou os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, de autoria de deputados e senadores de MS, que buscam enrijecer punição aos agressores. Leia aqui.

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