Presa no último dia 6 de julho, a servidora comissionada – suspensa das funções por seis meses – do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), Yasmin Osório Cabral, 31, completa neste sábado (20) duas semanas atrás das grades. Ela é acusada de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema, apontada como pivô de fraude que rendeu ao menos R$ 2 milhões.
Investigação do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) apontou que ela agia em conluio com o despachante David Cloky Hoffamam Chita, que está foragido desde o dia da operação policial, em 12 de junho.
O problema para a servidora é que está sem representante, ou seja, sem advogado para representá-la e tentar revogar o pedido de prisão para ela sair de trás das grades. Desde que foi presa em sua casa, Yasmin está em uma das celas do presídio feminino Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande.
Ela chegou a ter um advogado particular representando-a, porém, após ter HC (Habeas Corpus) negado liminarmente (provisoriamente), André Stuart deixou o caso. À reportagem do Jornal Midiamax, limitou-se a dizer que não era mais advogado de Yasmin e que ela estava sem novo defensor.
Conforme apurado pela reportagem, defensor público ainda não foi nomeado para entrar no caso dela.
Dessa forma, a Justiça homologou a desistência do HC em decisão publicada no Diário da Justiça de terça-feira (16). “Homologo o pedido de desistência do presente habeas corpus, restando prejudicada, por conseguinte, sua apreciação por esta Corte”, diz despacho do desembargador Fernando Paes de Campos.
De ‘Supergirl’ heroína do trânsito a prisão por fraude no Detran-MS
Conforme investigações do Dracco, ela agia em conluio com o despachante David Clocky Hoffaman Chita, que está foragido.
Assim, após operação do Dracco apreender documentos, a Justiça expediu pedido de prisão contra Yasmin pela juíza da 3ª Vara Criminal, Eucélia Moreira Cassal, e cumprido na noite do dia 6 de julho (sábado), na casa dela, no bairro São Lourenço, em Campo Grande.
Depois, ela acabou sendo levada ao presídio ‘Irmã Irma Zorzi’, onde permanece reclusa.
Ela recebia propina para, clandestinamente, dar baixas em caminhões com restrições, em fraude cometida em conjunto com o despachante David Clocky Hoffamam Chita.
Yasmim estava lotada por último na Corregedoria de Trânsito (Cotra) do Detran-MS.
Yasmin foi acusada de tentar dar golpe no próprio pai
Boletim de ocorrência registrado em novembro de 2022 na 1ª DP (Delegacia de Polícia) de Campo Grande coloca Yasmin como autora de crime de estelionato, tendo como vítima o próprio pai.
Conforme o registro policial, a acusação ocorreu após a Polícia Civil receber ofício da Corregedoria da Superintendência Regional da Polícia Federal em MS, que identificou fraude na antecipação de saque-aniversário do FGTS de um homem.
Segundo a polícia, Yasmin teria se passado pelo pai junto ao Banco Pan para conseguir sacar os valores.
Operação revela fraudes no Detran-MS
Conforme o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), Yasmin teria participado de esquema que rendeu cerca de R$ 290 mil em apenas um dia – mas os valores podem chegar a R$ 2 milhões. Ela seria pivô da investigação e teria papel-chave na identificação dos “beneficiários” dos desvios ocorridos no Detran-MS.
Conforme a polícia, a servidora obtinha clandestinamente senha de outros servidores, acessava o sistema e identificava caminhões com restrições. Então, passava informações para o despachante David Cloky Hoffamam Chita, que exigia o pagamento de R$ 10 mil dos proprietários para liberar os veículos.
Assim, ao receber os valores, a servidora liberava as restrições no sistema e o despachante baixava a documentação. Ao menos 200 veículos liberados irregularmente pelo grupo estão identificados.
Ainda ficou constatado nas investigações que Yasmin receberia presentes de David como um iPhone 15 Pro Max, joia e valores no Pix.