Trama do SBT foi adaptada de texto mexicano e protagonizada por dupla de atores que conquistou o público na primeira edição da Casa dos Artistas
Em 9 de abril de 2002, há 23 anos, o SBT estreava Marisol como sua nova novela das 20h15. Adaptada de original mexicano escrito pela cubana Inés Rodena, a trama foi protagonizada porBárbara Paze Alexandre Frota — a emissora escolheu os protagonistas da novela pela popularidade conquistada no reality show Casa dos Artistas.
Adaptação mexicana
Como destaca o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, Marisol veio de um texto clássico da cubana Inés Rodena, mesma autora de hits como Maria do Bairro, Marimar e A Usurpadora, todos já exibidos com sucesso pelo próprio SBT.
A emissora havia criado uma tradição em adaptar essas histórias latinas para o público brasileiro — Amor e Ódio e Pícara Sonhadora também seguiram esse modelo — mas Marisol tinha um diferencial: era a primeira a apostar em protagonistas saídos de um reality show. Bárbara Paz, campeã da primeira edição da Casa dos Artistas, e Alexandre Frota, vice, foram escalados para dar vida ao casal principal da nova produção.
A decisão de escalar os dois atores foi uma jogada de marketing clara: aproveitar a enorme popularidade que conquistaram junto ao público durante o confinamento. A química vivida diante das câmeras da Casa agora era transferida para o dramalhão mexicano adaptado por Henrique Zambelli. A ideia era simples — e ousada: transformar um sucesso do entretenimento em audiência garantida no horário nobre da teledramaturgia.
Problemas de produção
Apesar da boa intenção, Marisol não escapou de críticas severas sobre sua produção. Xavier relembra que havia erros grosseiros de continuidade, cenários pouco convincentes e atuações bastante irregulares.
Muitos apontam que a qualidade do texto e a direção não colaboraram para que o elenco pudesse brilhar — e a ousadia de transformar celebridades recém-saídas de um reality em protagonistas de uma novela diária exigia uma retaguarda mais sólida.
A audiência refletia essa instabilidade: os índices começaram tímidos, variando entre 10 e 15 pontos na Grande São Paulo. Com o fim de O Clone, a novela chegou a alcançar picos de 25 pontos, especialmente na fase final, quando enfrentou a estreia de Esperança, novo título das 21h da Globo. Ainda assim, de acordo com o Teledramaturgia, a média geral foi considerada baixa e prejudicada pela inserção da propaganda eleitoral, que fragmentava os episódios.
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