Após empate sem gols no Mineirão, goleiro se torna herói do título tricolor na Supercopa Rei do Brasil A tarde já seria emblemática, de qualquer forma, para o futebol paulista, que teve seu primeiro clássico com duas torcidas no mesmo estádio desde 2016. No Mineirão, um Choque-Rei de tamanho equilíbrio e tensão não coube em 90 minutos, precisando da disputa de pênaltis para conhecer o campeão da Supercopa Rei do Brasil. Após o empate em 0 a 0 no tempo normal, o São Paulo triunfou sobre o Palmeiras por 4 a 2, consolidando o retorno ao protagonismo no futebol brasileiro.
Até a conquista da Copa do Brasil no ano passado, eram 15 anos sem títulos a nível nacional, uma fila que incomodava um dos clubes mais vitoriosos de nossa história. Alguns meses depois, ele se coloca novamente no topo com o posto de supercampeão, na vez inaugural que disputou o torneio.
O primeiro confronto entre rivais locais na história da competição — em sua sétima edição — foi bastante franco, com momentos de alta voltagem e chances trocadas, principalmente na metade do primeiro tempo e quando o drama se estabeleceu no final do jogo. Porém, na loteria, brilhou o goleiro Rafael, um paredão nas últimas cobranças, parando Murilo e Piquerez.
— Nem nos meus melhores sonhos poderia pensar viver isso. Fico feliz de poder ajudar, este time merece demais. Estou muito feliz de conquistar mais um título com esta camisa, sensação única. Tenho certeza que este dia nunca mais vou esquecer na vida — declarou o goleiro, herói do título.
São Paulo conquista a Supercopa Rei do Brasil em 2024
Bruno Cantini / São Paulo FC
Resiliência
O alviverde, campeão brasileiro, chegava mais acostumado ao grandes palcos, desde que Abel Ferreira assumiu o comando, e tomou as rédeas, em grande atuação de Mayke. Já o tricolor, vivendo os primeiros momentos da era Thiago Carpini, que busca implementar seu estilo de jogo, mostrou espírito para sobreviver e levantar a taça em Minas.
O treinador não pôde contar com o machucado Lucas Moura e precisou lançar Nikão de titular. Substituído logo no intervalo, por deixar o meio campo naturalmente um pouco mais pesado, porém, o jogador foi o ponto focal das principais chances tricolores. A equipe chegou menos, no entanto com mais capricho.
Na melhor delas, o camisa 43 chutou uma bola desviada no meio do caminho, que obrigou Weverton a fazer grande defesa. Também triangulou boa jogada com Calleri, que terminou no pé de Luciano, mas o jogador demorou demais e foi travado na hora certa. Após a saída de Nikão, o São Paulo só levou perigo real em uma falta cobrada por Galoppo, e em uma falha de Weverton, que quase entregou um gol nos pés de Calleri.
Taça dá respaldo
A ansiedade das torcidas por voltar a dividir as arquibancadas com os rivais promoveu um belo espetáculo e se transferiu para o campo. Em uma partida nervosa que mostrou jogadores no limite, o árbitro Bráulio da Silva Machado não poupou na hora de distribuir cartões amarelos.
O Palmeiras exerceu seu característico jogo, de marcação pressão e ataques rápidos pelos lados, sem medo de arriscar, que teve como cartão de visitas um quase voleio de Rony para grande defesa de Rafael, que já vinha brilhando antes de ser decisivo na marca da cal.
Mesmo tendo mais chances, pecou na hora de finalizar, principalmente em lances onde Flaco López, Mayke e Raphael Veiga — acostumado a decidir, mas que esteve apagado — não encontraram as redes.
No geral, as atuações defensivas das duas equipes foram sólidas, o que ajuda e explicar o placar zerado ao longo dos 90 minutos. Depois, em frente à sua torcida, o tricolor se consagrou.
Este título é uma abertura oficial para a temporada e não tem o poder para deixar cicatrizes do lado perdedor, nem ilusões para o campeão. Mesmo assim, ficam ótimos sinais para um novo trabalho com um promissor treinador, que ganha ainda mais respaldo para seguir crescendo na hierarquia do futebol brasileiro.
Fonte