Ator deve deixar a trama das nove da Globo já neste primeiro mês, com a morte de seu personagem: ‘Eu nunca quis fazer novelas’, confidencia Muito lembrado e admirado pelos telespectadores, principalmente, por suas performances nas séries “Sob pressão” (2017), como Doutor Evandro, e “Betinho: no fio da navalha” (2023), em que interpreta magistralmente o papel-título — que lhe rendeu uma indicação ao Emmy Internacional no ano passado —, Julio Andrade vem se destacando nos primeiros capítulos do remake de “Vale tudo” na pele do músico Rubinho, ex-marido de Raquel (Taís Araujo) e pai de Maria de Fátima (Bella Campos). Ao mesmo tempo, o gaúcho de 48 anos estreia em um outro papel marcante: o de Lampião, o Rei do Cangaço.
Maria de Fátima (Bella Campos) e Rubinho (Júlio Andrade) em ‘Vale tudo’
Angélica Goudinho/Rede Globo
— Foi maravilhosa a experiência em Cabaceiras (cidade da Paraíba onde foi gravada a série). A imersão e a preparação aconteceram intensamente, com Fátima Toledo (preparadora de elenco considerada linha-dura), que eu não conhecia pessoalmente. São coisas novas assim que me abastecem. Quanto mais desafiado eu sou, mais feliz eu fico — contou ele ao EXTRA, assim que as filmagens terminaram, no fim de 2023.
Julio Andrade e Isis Valverde em cena de “Maria e o cangaço”
Reprodução de Instagram
Nesta sexta-feira (4), em suas redes sociais, Julio detalhou “Maria e o cangaço”, anunciando sua estreia no Disney+:
“Interpretar Lampião foi o mais difícil de todos os desafios. Um personagem que faz parte do imaginário brasileiro, tido por alguns como herói e por outros como um homem sanguinário marcado pela violência. Uma história que já foi contada com maestria por grandes atores e diretores da nossa teledramaturgia…Nessa versão, a ótica muda e vemos Maria Bonita conduzindo a saga. Um olhar nunca antes navegado. Um ponto de vista do feminino, e da dureza de uma vida cheia de violência e tristeza. Isis Valverde, minha parceira de cena, carrega esse fardo com muita coragem e vontade. Espero ter honrado esse personagem tão gigante e controverso da nossa cultura”.
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Em “Vale tudo”, Julio deverá ser visto só no primeiro mês da trama. Se a história seguir as nuances da original, Rubinho sai de cena logo após o vigésimo capítulo, quando é vitimado por um infarto. A participação relâmpago é bem-vinda, já que o ator confessa não ser afeito a trabalhar em novelas:
— Eu nunca quis fazer novelas. Fiz “Ciranda de pedra” (2008) e “Passione” (2010). Nesta, eu interpretava Arturzinho, um mordomo gay. O personagem fez bastante sucesso na época, acabou sendo um dos suspeitos da morte da novela (o personagem Saulo Gouveia, interpretado por Werner Schünemann, foi assassinado a facadas) — lembrou ele, traçando involuntariamente um paralelo com “Vale tudo”, em que mistério central é em torno da morte de Odete Roitman: — Foi muito legal participar, e bom também pra saber que eu não queria mais fazer esse tipo de produção.
Julio Andrade como o mordomo Arthurzinho, na novela “Passione”
Rede Globo/Divulgação
Julio considera novela “algo muito impessoal”, além de demandar uma dedicação por longo período de tempo, se o personagem fica no ar até o fim da trama:
— Eu admiro muito o ator que sabe fazer bem uma novela. Eu não consigo, preciso de um outro tempo. É uma produção muito rápida e, por ser uma obra aberta, você nunca sabe para onde está indo. Isso me deixa um pouco nervoso. Acho muito difícil. E eu sou um cara muito na minha. Novela coloca muito o ator na vitrine. E eu gosto de levar uma vida discreta, normal — confidencia ele, contando ter preferência por cinema: — Série não toma tanto tempo quanto novela, mas é um bom tempo. E um filme só leva seis semanas, em média.
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