O POCO X6 é um celular intermediário lançado pela Xiaomi no começo de janeiro e ele promete ser uma boa opção de custo-benefício para quem busca um smartphone potente por um preço mais acessível.
Eu testei o aparelho nos últimos dias e agora falo mais sobre ele, para te ajudar a entender se ele vale a pena ou se é melhor optar por algum concorrente.
Continua após a publicidade
Design, construção e tela
O POCO X6 tem uma construção que chama bastante atenção pela elegância. Na traseira, ele tem um módulo de câmeras que cobre uma boa parcela do topo do celular e toda a construção é feita em plástico, mas parece bastante com vidro pelo aspecto espelhado.
As laterais são de alumínio e isso contribui para passar uma sensação maior de resistência. Todas as teclas físicas ficam na lateral direita — o botão de energia e os controles de volume.
Continua após a publicidade
Embaixo, há o conector USB-C para carregamento e a gaveta de SIM, enquanto na parte superior encontramos um conector dedicado para fones de ouvido — algo destacável atualmente, já que muitas marcas preferem extinguir esse componente.
A tela é um painel AMOLED de 6,67 polegadas com taxa de atualização de 120 HZ. É um conjunto muito bom, e o display consegue exibir bem o conteúdo mesmo sob um sol muito forte. Já a alta taxa de quadros é bastante indicada para quem aproveita jogos de ação, mas é adaptável para economizar mais bateria caso não seja necessário ter uma frequência alta.
A proteção contra impactos é feita pelo vidro Gorilla Glass Victus, que garante uma boa resistência, apesar de não ser totalmente à prova de impactos.
Continua após a publicidade
Configuração e desempenho
- Chipset: Snapdragon 7s Gen 2
- Memória RAM 8 GB ou 12 GB
- Armazenamento interno: 256 GB ou 512 GB
O POCO X6 oferece um ótimo desempenho dentro da categoria de celulares intermediários. Com ele, é possível rodar praticamente qualquer jogo disponível na Play Store sem sofrer com travamentos ou engasgos. Para isso, é claro, talvez seja preciso reduzir um pouco a qualidade gráfica do game, mas nada que atrapalhe a experiência.
Para uso mais cotidiano, ele atende ainda melhor. Os 12 GB de RAM — ou 8 GB para a versão base — aguentam muitos aplicativos abertos em segundo plano e ele consegue executar tudo com agilidade.
Continua após a publicidade
No nosso teste de desempenho padrão — que é feito no app AnTuTu —, ele atingiu 572.770 pontos gerais. Como efeito de comparação, o Motorola Edge 40 Neo, celular intermediário da Moto, marcou 520.429 pontos, enquanto o Galaxy A54 marcou 504.527, então essa é uma boa marca para o celular chinês.
Recursos e conectividade
Em relação às conectividades, o POCO X6 é um pouco mais modesto. Apesar de ter infravermelho — recurso pouco aproveitado ultimamente — ele não conta com suporte a Wi-Fi 6, e se limita ao Wi-Fi AC, e o Bluetooth é a versão 5. 2 — sendo que alguns modelos já adotam o 5.3.
Continua após a publicidade
De qualquer forma, isso não chega a ser um problema, afinal estamos falando de um celular intermediário. De qualquer forma, é válido deixar claro esses pontos.
É importante frisar, é claro, que ele tem suporte para Wi-Fi de banda dupla, apesar de não ser o protocolo mais recente. Então ele ainda pode aproveitar altas velocidades de navegação na rede de 5 GHz ou mais estabilidade na de 2,4 GHz.
Câmeras
Continua após a publicidade
O conjunto de câmeras do POCO X6 é bem interessante nas especificações, mas o resultado final não é o que se espera de um celular de sua categoria. Não que ele seja ruim, mas achei que deixou um pouco a desejar.
O nível de definição é até bem satisfatório, e ele consegue entregar imagens com cores bem interessantes. Mas a faixa dinâmica é muito baixa, e ele não consegue diferenciar bem tons variados de uma mesma coloração. Isso fica bem perceptível em áreas de sombras, como na imagem abaixo.
Os detalhes das árvores e vegetações são totalmente perdidos, e as áreas mais escuras ficaram apenas como pontos pretos. Isso seria de se esperar de um celular de entrada ou até mesmo um intermediário mais básico, mas não um aparelho que beira o segmento premium como o POCO X6.
Continua após a publicidade
Outro ponto que me incomoda é a presença de uma câmera macro de 2 MP. Eu tenho uma opinião contrária ao uso deste tipo de componente que, muitas vezes, resulta em fotos de baixíssima qualidade e são pouco aproveitadas. É o caso do POCO X6. Seria mais útil usar um sensor híbrido com a ultrawide para imagens macro melhores.
Já para gravações de vídeo, ele tem um bom nível de estabilização tanto com a frontal quanto com a traseira. No entanto, o microfone não trabalha bem para reduzir o ruído ambiente. Então se você filmar em local com bastante barulho, a gravação pode ficar um pouco ruim.
Continua após a publicidade
Bateria e carregamento
Quanto à bateria, o POCO X6 está dentro da média: não chega a ser ruim, mas está longe de figurar entre os melhores em autonomia. No nosso teste de bateria padrão — que consiste no uso de vários aplicativos ao longo de seis horas — ele consumiu 29%. Neste cenário, estima-se que sua carga completa dure cerca de 20 horas.
Como efeito de comparação, o POCO X5, seu antecessor direto, consumiu apenas 25% da bateria no mesmo teste. Assim, pode se considerar um pequeno downgrade entre as duas gerações.
Continua após a publicidade
Já no carregamento, ele se sai bem. Ele conta com suporte para carga rápida de 67 W e ele leva cerca de 45 minutos para ir de 0% a 100% com o carregador original.
Concorrentes diretos
Continua após a publicidade
O principal concorrente do POCO X6, em especificações, é o Motorola Edge 40 Neo. Apesar de terem chipsets diferentes — o Motorola conta com o MediaTek Dimensity 7030 —, o desempenho entre eles é bem equilibrado e, no dia-a-dia, a performance é bem parecida.
Em termos de bateria, o resultado também é muito equivalente, e o celular da Motorola só consumiu 2% a menos do que o POCO no nosso teste padrão.
Quanto ao preço, os dois estão em um patamar parecido: o Motorola Edge 40 Neo custa de R$ 2.000 a R$ 2.300 no mercado nacional, e o preço por importação do POCO X6, sem considerar impostos, é por volta de R$ 1.900.
Pagando um pouquinho mais, porém, é possível encontrar alternativas melhores, como o Galaxy S23 FE, que já tem um desempenho superior em diversos aspectos e custa por volta de R$ 2.700 e ocasionalmente há ofertas que derrubam seu preço em R$ 200 ou R$ 300.
Vale a pena comprar o POCO X6?
Não vale a pena comprar o POCO X6 atualmente justamente pela sua faixa de preço. Um modelo importado custa R$ 1.900 sem considerar impostos. Assim, compensa mais optar pelo Motorola Edge 40 Neo, que já é vendido oficialmente no mercado brasileiro a um preço bem parecido.
Além disso, se preferir um modelo ainda melhor, talvez vale a pena dar uma olhada no Galaxy S23 FE, que custa um pouco mais, mas oferece maiores vantagens.
Vale destacar que o POCO X6 é um celular novo, então é possível que seu preço caia bastante nos próximos meses. Se ele custar por volta de R$ 1.500 ou até mesmo os R$ 1.900 já com impostos, aí ele começa a fazer mais sentido.