Dois dos 29 vereadores eleitos em Campo Grande tiveram as contas reprovadas pela justiça eleitoral. Jean Ferreira (PT) e Leinha (Avante) estão recorrendo da decisão do juiz Marcelo Andrade Campos Silva, mas a notícia da reprovação já mexeu com os ânimos principalmente de quem está na suplência, de olho na possibilidade de assumir a vaga.
A reportagem conversou com um jurista que considerou muito difícil uma perda de mandato por conta de erro na prestação de contas, pontuando que essas punições mais graves ocorrem apenas em casos de não prestação de contas. Todavia, apesar da possibilidade remota, a reportagem fez as contas para verificar quem seria beneficiado com possível punição.
O Avante seria bastante prejudicado com a perda de votos de Leinha. Sem os 3.167 votos dele, o partido conseguiria apenas uma vaga, conquistada por conseguir o quociente eleitoral, mas perderia a segunda, das chamadas sobras, para o Partido Progressista (PP).
Leinha ficou com a última vaga das sobras, mas sem os votos dele, o partido não teria sobra suficiente para a oitava vaga, que ficaria com Sandro Benites, primeiro suplente do Partido Progressista.
No caso de Jean Ferreira, a coligação não perderia vaga na Câmara, visto que mesmo sem os votos dele, a coligação ainda ficaria com três vagas. Neste caso, o PT perderia uma das três vagas, que seria repassada a candidata do PcdoB, Professora Madalena, que teve 2.213 votos, ficando como primeira suplente.
Os candidatos a vereadores de Campo Grande receberam 436.568 votos, levando a um quociente eleitoral de 15.054 votos. Para saber quantas vagas cada partido tem direito, é preciso dividir o número de votos do partido por esse quociente eleitoral. Nesta conta, foram distribuídas 21 das 29 vagas. Outras oito foram distribuídas nas chamadas sobras, quando se considera os votos que restaram, divididos os conquistados pelo partido pelo quociente eleitoral.
Nesta conta, considerando os votos dos eleitos, ficaram com as sobras o MDB, PP, Republicanos, Podemos, União, PT, PSDB e Avante.