Reconhecida nacionalmente por sua atuação no setor de estruturas e construções esportivas, a Recoma completou 45 anos, neste mês. Fundada por um carioca que adotou a cidade de São Paulo como sua casa há quase cinco décadas, a empresa hoje atua focada em inovação e sustentabilidade, como parte de sua estratégia de crescimento.
O fundador e presidente da Recoma, Sérgio Schildt, concedeu entrevista exclusiva à Máquina do Esporte e comentou a respeito da trajetória da companhia e de seu momento atual.
Segundo ele, uma das grandes apostas da Recoma, em matéria de inovação e sustentabilidade, são os ginásios de lona tensionada, estruturas que apresentam uma agilidade muito maior de construção (a obra fica pronta entre 30 e 45 dias), além de ganhos ambientais, incluindo baixo uso de concreto, em comparação a uma estrutura convencional.
“Os ganhos são inúmeros e não se limitam à obra. Depois de pronto, o ginásio apresenta melhor ventilação e iluminação, que garantem economia de energia. Os materiais utilizados proporcionam conforto térmico, com a temperatura no interior dos ginásios ficando cerca de 4 graus mais baixa do que do lado de fora”, explica Schildt.
De acordo com ele, a pegada de carbono de um ginásio feito com essa tecnologia equivale a 10% de uma construção convencional do mesmo tipo, já que ela não utiliza madeira em nenhuma fase da obra. Feitas em PVC tramado, as lonas dos ginásios contam com revestimento antiaderente autolimpante, característica que reduz os gastos com manutenção e limpeza da estrutura. Segundo Schildt, a durabilidade do material costuma ultrapassar 15 anos.
Obras
A Recoma costuma ser muito lembrada por suas parcerias com clubes, como Flamengo e Corinthians, ou com confederações esportivas.
A empresa, porém, possui contratos relevantes com órgãos governamentais. “Hoje, as duas principais obras esportivas da cidade de São Paulo, exceto o Pacaembu, estão sob a nossa responsabilidade”, afirma Schildt.
Uma dessas obras é a reforma do Centro Esportivo Thomaz Mazzoni, na Vila Maria, com uma estrutura que terá padrão olímpico. O local, que abrigará projetos de formação de atletas em diversas modalidades, deverá receber investimentos na ordem dos R$ 35 milhões.
A outra obra citada por Schildt é a reforma da Vila Olímpica Mário Covas, do Governo de São Paulo, nas imediações do trecho inicial da rodovia Raposo Tavares, na capital paulista.
Isto sem contar o projeto do Governo de São Paulo denominado Palácio de Lutas, que utilizará a estrutura dos ginásios de lona tensionada para abrigar centros de formação em diversas modalidades de esportes de combate, das quais as principais serão o judô, o boxe, o wrestling e o taekwondo.
O edital de registro de preços prevê a construção de até 60 unidades do Palácio de Lutas em diferentes municípios. Conforme a Máquina do Esporte apurou, a primeira unidade deverá funcionar em Guarulhos, na Grande São Paulo.
História
Embora hoje em dia tenha seu nome imediatamente associado ao universo esportivo, a Recoma nem sempre atuou nessa área. Sérgio Schildt mudou-se para São Paulo há 46 anos e, inicialmente, montou uma empresa que fornecia pisos residenciais de madeira.
Com o tempo, a companhia passou a atuar no ramo de pisos de madeira para quadras esportivas. A partir de 1996, começou a fornecer gramado sintético. Atualmente, ela já totaliza mais de 1,5 milhão de metros quadros instalados desse material.
Com a chegada no novo século, a Recoma iniciou a fase de abraçar grandes projetos esportivos internacionais. O primeiro deles consistiu na participação nas obras dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.
“Fizemos parte do consórcio que construiu o Engenhão [atual Estádio Nilton Santos] e preparamos a estrutura para 16 modalidades nos Jogos”, recorda-se Schildt.
Nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a empresa novamente esteve presente, com destaque para a participação na construção da Arena Carioca. “Ali, instalamos a maior arquibancada retrátil da América Latina, com capacidade para 4.400 espectadores”, afirma.
Atualmente, a Recoma fornece os pisos oficiais para as Confederações Brasileiras de Vôlei (CBV), Basquete (CBB), Handebol (CBHd), Judô (CBJ) e Deporto Universitário (CBDU).
Ela também é parceira dos esportes olímpicos do Flamengo, além de haver firmado contrato com o Corinthians, neste mês, para fornecer os pisos usados nos ginásios esportivos do clube paulista.
“A Recoma está presente do skate à natação. No Brasil, temos mais de 80 pistas de atletismo certificadas pela World Athletics“, diz Schildt.
Patrocínios
Em ano de Jogos Olímpicos e de Jogos Paralímpicos, dois eventos que serão realizados em Paris, na França, a Recoma também tem buscado reforçar suas parcerias nesse universo.
A empresa é copatrocinadora da Casa Brasil em Paris 2024, do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Localizada ao norte de Paris, no Parc La Villete, o local será ponto de encontro para torcedores, atletas, autoridades, celebridades.
A Recoma também conta com seu time de embaixadores olímpicos, formado por Maureen Maggi, do atletismo (vendedora do ouro em Pequim 2008); Arthur Zanetti, da ginástica artística (campeão em Londres 2012, nas argolas); e Rafael Silva, o Baby, do judô (ganhador de dois bronzes).
Na visão de Schildt, além de permitir que os atletas tenham melhores condições de focar em sua preparação esportiva de alto nível, o patrocínio individual agrega informação e conhecimento à empresa.
“Esse patrocínio nos traz informação e permite utilizar a experiência dos atletas para aprimorar nossos produtos. Temos a obrigação de estar na vanguarda e devolver ao esporte tudo aquilo que ele nos proporcionou”, afirma.