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Quiet on Set: vítimas se sentiram enganadas por produtoras do documentário

Nota Diária

Lançado em fevereiro pela Investigation Discovery, o documentário Quiet on Set (O Lado Sombrio da TV Infantil, no Brasil) pode ter feito mais mal do que bem às vítimas dos abusos que aconteceram nos bastidores da Nickelodeon. Após o sucesso da produção, alguns participantes afirmam se sentir enganados e prejudicados por seus criadores.

Segundo Raquel Lee Bolleaul e Alex Nikolas, que compartilharam suas histórias, o resultado final trouxe muitas informações incorretas sobre os problemas que aconteceram na emissora infantil. Elas também afirmam que detalhes importantes foram omitidos, e que certas abordagens só colaboraram para lucrar com o abuso que elas sofreram durante suas infâncias.

Em uma entrevista à Indie Wire, elas explicaram que as cocriadoras de Quiet On Set, Emma Schwartz e Mary Robertson, caíram nas armadilhas seguidas por muitas séries que querem chamar atenção em cima de polêmicas. “Vi que estava cercada por pessoas que tinham um objetivo, que era seu próprio sucesso. É uma palavra horrível para usar nesse contexto: sucesso”, explica Lee Bolleaul.

Quiet on Set quebrou confiança de entrevistados

As atrizes afirmam que concordaram em participar do documentário porque tinham sido convencidas de que ele seria uma visão séria e crítica do passado da Nickelodeon. Na prática, elas afirmam que a produção deturpou as histórias de sobreviventes de abusos e reexibiu materiais obscenos ligados ao produtor e diretor Dan Schneider.

@raquelleebolleau I really have nothing left for this industry ?? it’s all the same… #quietonset #quietonsetthedarksideofkidstv #childactors #raquellee #fyp? ? original sound – Raquel Lee Bolleau

O ex-apresentador Marc Summers também afirma que Quiet on Set foi produzido sob falsas pretensões e que sua história não foi realmente ouvida. “Eles estavam mais interessados em reviver aquelas filmagens horríveis do que ouvir às histórias dos sobreviventes”, explicou.

Nikolas e Lee Bolleaul explicaram que trocaram informações após a estreia do documentário, e descobriram que Schwartz e Robertson usaram táticas para isolar cada um de seus participantes. Com isso, elas teriam impedido o compartilhamento de experiências e uma real compreensão dos abusos que aconteceram na Nickelodeon.

As atrizes também criticaram a estrutura do quinto episódio, “Rompendo o Silêncio”, afirmando que só descobriram que ele iria ser produzido através de publicações nas redes sociais. Elas explicam que não foram convidadas a participar e que, da maneira como o capítulo é apresentado, ele só serviu para silenciar e explorar ainda mais vítimas de abusos.

Em uma resposta à IndieWire, as produtoras de Quiet On Set negaram as acusações e afirmaram que sempre foram transparentes em suas intenções. No Brasil, a série completa está disponível no catálogo da plataforma Max.



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