A cúpula nacional do PT resolveu mudar o foco nas eleições municipais deste ano nas capitais dos estados e também nas principais cidades do interior do Brasil, priorizando as campanhas eleitorais para eleger o maior número possível de vereadores em vez de prefeitos, algo totalmente contrário do que foi feito por parte da legenda nos pleitos anteriores.
O motivo para a mudança de postura é que o partido tem em mãos pesquisas demonstrando que vereadores serão melhores cabos eleitorais do que prefeitos para a campanha eleitoral de 2026, quando a sigla tem como principal objetivo aumentar a bancada na Câmara dos Deputados.
Como o projeto do PT é nacional, as lideranças petistas querem uma base forte na Casa de Leis em 2026, para governar o Brasil e para que, caso o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seja reeleito, ele não precise ficar refém do Centrão.
Na prática, a estratégia da executiva nacional do PT é mais um duro golpe na já combalida pré-candidatura da deputada federal Camila Jara para a Prefeitura de Campo Grande, pois a parlamentar enfrenta uma dura resistência por parte de duas lideranças estaduais, o deputado estadual Zeca do PT e o deputado federal Vander Loubet.
Nesse sentido, ela teve de reafirmar sua decisão de manter a pré-candidatura, ignorando as recomendações das duas lideranças estaduais do partido.
Inclusive, Camila Jara esclareceu que conta com o apoio do presidente Lula e da militância orgânica do PT, dos diretórios municipal e estadual, da Juventude Nacional do PT e dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Fernando Haddad (Fazenda).
“As principais lideranças do campo progressista entendem que é a hora de o PT disputar o imaginário social do povo de Campo Grande e oferecer um projeto político capaz de ampliar as transformações sociais promovidas pelo governo federal. Está na hora de virar a mesa do poder”, afirmou Camila Jara, em nota.
Ao Correio do Estado, Camila Jara também comentou a estratégia do PT nacional de priorizar as campanhas eleitorais para eleger o maior número possível de vereadores em vez de prefeitos.
“O projeto da nacional é aumentar o número de vereadores, sim, e em alguns estados a gente entende que já temos uma bancada consolidada e, por isso, investindo apenas na chapa, a gente consegue aumentar a quantidade de parlamentares eleitos”, explicou.
No entanto, conforme a deputada federal, no caso de Mato Grosso do Sul, o PT entende que a disputa pela majoritária contribui para que o partido possa aumentar a sua bancada nas Câmaras Municipais. “Em Campo Grande, principalmente neste caso, a gente pretende eleger quatro vereadores”, projetou.
FATOR ROSE
Zeca do PT e Vander Loubet são favoráveis a que o diretório municipal do PT retire a pré-candidatura de Camila Jara e declare apoio à pré-candidatura da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil).
Em conversa com o Correio do Estado, Zeca do PT voltou a defender que o partido reveja a decisão da pré-candidatura de Camila Jara, por considerar que a decisão foi precipitada, e que faça uma aliança com o União Brasil, tendo o deputado estadual Pedro Kemp (PT) como o pré-candidato a vice.
“A política é muito dinâmica, muito mais ainda a política eleitoral. A gente percebe na fala do presidente Lula que é preciso ter dimensão da importância que tem este ano para a gente preservar o projeto, para 2026 continuar mudando o Brasil”, declarou.
“Para isso, é fundamental a gente fazer uma grande bancada de vereadores, vereadoras, vice-prefeitos e prefeitas no arco de aliança e com o compromisso com a candidatura de Lula, das esquerdas em 2026, e do Vander como nosso senador”, completou.
No entendimento do ex-governador, na conjuntura atual de pré-candidaturas à Prefeitura de Campo Grande, o nome de Rose Modesto é o mais viável, tendo Pedro Kemp como vice.
“A Rose é muito importante e significativa, sendo eleitoralmente mais viável no momento do que a Camila. Não tenho dúvida nenhuma de que, se a gente abrir essa discussão, temos condições de indicar uma vice ou um vice. Acho, na minha humilde opinião, uma grande chapa”, argumentou.








![O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em áudio enviado para o pastor Silas Malafaia que sem a votação da anistia não há possibilidade do Brasil negociar o tarifaço com os Estados Unidos.
A conversa é uma das citadas pela Polícia Federal (PF) no relatório que indiciou Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro pela atuação deles para colocar os EUA contra autoridades brasileiras e por coação no âmbito do processo da trama golpista.
“Malafaia, o que eu mais tenho feito é conversar com pessoas mais acertadas, vamos assim dizer no tocando que se não começar votando a anistia não tem negociação sobre tarifa”, afirma Bolsonaro no áudio enviado em 13 de julho para o pastor.
Na mensagem, o ex-presidente ainda faz uma alusão às tentativas de governadores, entre eles Tarcísio de Freitas, de São Paulo, de tentar negociar com a
Embaixada dos EUA.
“Não adianta um ou outro governador querer ir pros Estados Unidos, ir pra embaixada, para não sei onde quer que ele vá, tentar sensibilizar. Não vai só seguir. Da minha parte, é por aí pô”, diz Bolsonaro.
“Eu tenho meus contatos, não falo com ninguém e tô fazendo aquilo que entendo, você tem razão, é a anistia.
Resolveu a anistia, resolveu tudo. Não resolveu? Já era.
Ele não perde nenhum. Tenha certeza disso”, completou Bolsonaro no áudio.
O áudio de Bolsonaro vem em resposta a mensagem de Malafaia, que, segundo a PF, estaria dando “orientações” a Bolsonaro sobre como se posicionar após a carta de Trump que impôs as taxas de 50% sobre o Brasil, em 9 de julho, dias antes da conversa.
Segundo Malafaia, seria necessário “pressionar o STF dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa vai ser suspensa. Ainda pode usar o seguinte argumento:
Não queremos ver sanções contra ministros do STF e suas famílias. Eles se cagão [sic] disso! A questão da tarifa é justiça e liberdade, não econômica. Traz o discurso para isso!”, afirmou.
Pouco depois dessa mensagem, Malafaia envia um áudio em que “novamente orienta Bolsonaro em como direcionas a narrativa para os interesses dos investigados”, diz o relatório.](https://sudoestems.com.br/wp-content/uploads/2024/03/537227944_1300949231658827_2324692362068409941_n-269x320.jpg)


