Protestos no Brasileirão Feminino derrubam Kleiton Lima no Santos, que segue endossando ex-técnico

Uma onda de protestos marcou a quinta rodada do Brasileirão Feminino A1. Jogadoras que disputam a competição resolveram se mobilizar contra o retorno do técnico Kleiton Lima ao comando do Santos, cargo que ele deixou no fim do ano passado, após de tornar alvo de 19 denúncias de assédio moral e sexual, feitas por atletas da equipe.

As manifestações tiveram início na sexta-feira (12), durante o confronto entre Palmeiras e Avaí. Jogadoras dos dois times taparam a boca com a mão, durante a execução do hino nacional. O gesto de protesto foi visto em sete partidas realizadas até a tarde desta segunda-feira (15).

Ao todo, aderiram à mobilização jogadoras das seguintes equipes: América-MG, Atlético-MG, Avaí, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Ferroviária, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino e São Paulo.

Dos clubes que atuaram na quinta rodada do Brasileirão Feminino, apenas três, até à tarde desta segunda-feira, não registraram adesão ao protesto: Fluminense, o próprio Santos e o Real Brasília.

Apesar de ser uma iniciativa das atletas, o protesto acabou ganhando repercussão e apoio por parte de alguns clubes, que repercutiram a ação nas redes sociais e endossaram o gesto das jogadoras.

Foram os casos de América-MG e Atlético-MG, cujas atletas entraram em campo com a logo da campanha “Sou Dona de Mim”, numa parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais. O clássico foi realizado na cidade de Contagem.

O São Paulo, além de repercutir o protesto, ainda publicou entrevista da capitã Aline, em que ela explicou os motivos que resultaram na mobilização.

Também deram espaço à manifestação, em suas redes, Botafogo, Cruzeiro e Ferroviária. Isto sem contar o Corinthians, que enfrentou justamente o Santos e venceu por 3 a 1.

Um dos conteúdos compartilhados pelo clube paulistano mostra as jogadoras fazendo o gesto com a mão na boca, durante a comemoração do gol diante das comandadas por Kleiton Lima, alvo do protesto.

Kleiton Lima pede demissão e Santos sai em sua defesa

O novo pedido de desligamento de Kleiton Lima foi oficializado no início da tarde desta segunda-feira. Em uma nota oficial claramente favorável ao treinador demissionário, o Santos procurou justificar a decisão.

Para preservar sua família, sua integridade e o próprio Santos Futebol Clube, Kleiton Lima solicitou hoje afastamento do cargo de técnico das Sereias da Vila. Por ser tratar de uma decisão pessoal, o Santos Futebol Clube aceitou o pedido e reiterou sua confiança de que o assunto seja definitivamente encerrado.

Desde a sua contratação, o treinador vem sofrendo críticas e nos últimos dias até ameaças de morte em razão das acusações feitas no ano passado.

Mesmo convicto de que não cometeu nenhum dos atos pelos quais é acusado, Kleiton Lima entendeu que seu pedido de afastamento é a melhor opção para preservar todas as partes.

Wesly Otoni assumirá interinamente o cargo de técnico das Sereias da Vila.

Santos Futebol Clube

A Máquina do Esporte encaminhou questionamentos sobre o caso ao departamento de comunicação do clube, mas, até o fechamento desta matéria, as perguntas não haviam sido respondidas.

Entre elas, qual seria a razão que levou o Santos a readmitir o profissional, mesmo depois de todo o desgaste que o caso já havia provocado.

O clube também foi questionado se houve ou não apuração interna do caso. Na semana passada, a coordenadora do futebol feminino do Santos, Thaís Picarte, concedeu entrevista coletiva afirmando que teria procurado jogadoras e ex-atletas, a fim de apurar as denúncias de assédio contra Kleiton Lima.

A dirigente afirmou que apuração não comprovou as queixas. Alegou, ainda, que os argumento das supostas vítimas seriam “extremamente frágeis”. Por fim, classificou o caso como uma “mancha desnecessária na imagem do clube”.

Após a entrevista, porém, atletas como Tayla Carolina (hoje no Grêmio), Gi Fernandes (atualmente no Corinthians) e Brena Carolina (que está no Palmeiras) fizeram publicações nas redes desmentindo a dirigente e afirmando que nunca foram procuradas pelo Santos para tratar das denúncias.

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