No dia 21 de junho passado, o Governo do Estado de São Paulo – através da Secretaria de Turismo e Viagem -, assinou um Protocolo de intenções com a Associação Dakila Pesquisa para o desenvolvimento do conhecido Caminho de Peabiru pelo Estado. O evento aconteceu na cidade de Juquitiba, no Recanto Peabiru, com a presença de Roberto de Lucena – secretário estadual de Turismo e Viagens, e de Urandir Fernandes de Oliveira, CEO de Dakila.
O Caminho de Peabiru é uma histórica rota com mais de 3 mil quilômetros, que liga o litoral brasileiro ao Oceano Pacífico, no Peru. A trilha foi usada por séculos por diversos povos indígenas como forma de integração e comércio.
Urandir Fernandes de Oliveira explica a importância dessa parceria, e quais os termos do referido convênio. “O interesse de Dakila é a expansão do trabalho de pesquisa, que realizamos há mais de duas décadas. Os governos estaduais – principalmente de São Paulo, Paraná e Santa Catarina -, acompanham e conhecem o nosso trabalho, e com essas parcerias vamos expandir o trabalho no sentido de reconstituição do mapa, bem como criar mecanismos de geração de emprego e renda para diversos profissionais ao longo do Caminho, que se transforma, a cada dia mais, num lugar de turismo histórico, científico, cultural e recreativo”, disse Urandir.
Isso tudo vai resultar em milhares de oportunidades para turismólogos, guias, seguranças, comerciantes dos mais variados setores; empresas de turismo, hotelaria e pousadas; entre tantos.
Claro que nada disso acontece da noite para o dia. O Ecossistema Dakila vem investigando o Caminho de Peabiru já há um longo tempo, em busca de vestígios como artefatos históricos e ruínas de localidades usadas como moradia ou mesmo entrepostos comerciais. E agora, a associação de pesquisa sul-mato-grossense também vem usando a tecnologia LIDAR para verificar o terreno, inclusive na parte subterrânea, o que tem possibilitado descobertas incríveis. “Estamos trabalhando fortemente em Santa Catarina e Paraná, e nesses Estados também vamos assinar documentos de parcerias semelhante ao de São Paulo”, completa Urandir.
Ele afirma que o “o interesse de Dakila é absolutamente científico, porque estamos cumprindo nossa maior missão, que é oferecer para a humanidade novas ideias, projetos e conhecimento além da ciência formal. Por isso, toda nossa equipe de técnicos, pesquisadores, arqueólogos, geólogos, fotógrafos, entre tantos, está de parabéns pela dedicação e trabalho”, completou o CEO de Dakila.
Para a sequência dos trabalhos, Dakila Pesquisa estuda a possibilidades da busca por convênio semelhante também com o governo de Mato Grosso do Sul, considerando que o Caminho de Peabiru também tem nosso Estado como rota.
A ‘‘primeira Rota Bioceânica”
O Caminho do Peabiru saía de São Vicente, no litoral paulista, cruzava a cidade de São Paulo, inclusive o local onde hoje é o centro histórico da cidade, passava pelas regiões de Sorocaba, chegava na região da Costa de Botucatu pelo Rio Tietê, passando por belas florestas e riachos, até as místicas Três Pedras e o Gigante Adormecido, chegando ao Rio Paranapanema.
A seguir, o Caminho se conectava com as regiões de Cananéia, em direção ao Paraná, e dali passava pelo litoral catarinense até o Rio Itapocu, em Barra Velha, subia por Jaraguá do Sul, Corupá, passando pelo interior paranaense, Foz do Iguaçu, Paraguai até chegar às atuais áreas da Bolívia e Peru, passando pelo atual território de Mato Grosso do Sul. No antigo território do império Inca, chegava à costa do Pacífico.
Historicamente, esta rota transcontinental também era utilizada de forma religiosa, com objetivo de seguir o trajeto do sol, sob a orientação da via láctea. Mais tarde, a trilha foi adotada pelos europeus em busca de ouro e prata, tendo uma grande importância para a colonização do sul do país, pois permitia o acesso a diversos lugares por terra já que, segundo pesquisas mais aprofundadas de Dakila, o caminho segue em território europeu e de lá para diversas localidades em todo o mundo.