O PSDB continua sua saga pela sobrevivência no caldeirão político do país e de Mato Grosso do Sul, também. Federações com MDB e PSD estiveram sobre a mesa da negociação capitaneada pelo presidente tucano Marconi Perillo. Mas, as conversas travaram.
A opção favorita, hoje, é a fusão. Mas, detalhes jurídicos e discussões sobre a identidade do novo partido e as individualidades de cada uma das siglas tornam o processo lento.
A situação está adiantada em relação ao Podemos, presidido pela deputada Renata Abreu (SP), e a expectativa é que as conversas avancem nos próximos dias também com o Republicanos de Marcos Pereira e do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara. Esta articulação faria o partido saltar dos atuais 11 deputados para 76, transformando-o na segunda maior bancada da Câmara.
Para o presidente dos tucanos em Minas Gerais, deputado Paulo Abi-Ackel, sacrifícios deverão ser feitos para garantir a continuidade da história do PSDB. “Se for necessário abrir mão da sigla, que é representativa e integra a história brasileira, para a conjunção dar certo… Faremos esse sacrifício”, analisou. O deputado também é secretário-geral do partido.
As costuras têm na mira as eleições de 2026. Em um ano e seis meses, os brasileiros vão às urnas escolher governadores, senadores, deputados estaduais e federais e o presidente da República.
O diretório nacional é unânime: uma fusão é necessária para garantir a sobrevivência do PSDB.
Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso Sul, o governador Eduardo Riedel e o presidente do Diretório Estadual do partido, ex-governador Reinaldo Azambuja, estiveram nesta semana que passou em Brasília em conversas com Marconi Perillo, presidente do tucanato nacional, e com a senadora Tereza Cristina, líder do PP no Senado, partido que esta em franca e adiantada negociação para uma fusão com o União Brasil.
Diferente do cenário no país, o em Mato Grosso do Sul é forte – tem 44 Prefeitos, 17 vice-prefeitos, 261 vereadores, além de 6 deputados estaduais e 3 deputados federais.
Não há mistério no casos das duas lideranças: ou acompanham o PSDB na fusão ou mudam de partido, o que parece que vai acontecer, devido às composições estaduais.
O que é fusão? A Lei dos Partidos Políticos, de 1995, permite que as siglas decidam se unir; assim, os partidos existentes são extintos e criam uma nova sigla — um exemplo é o que ocorreu em 2022, quando DEM e PSL se fundiram para criar o União Brasil. A legislação determina que as direções dos dois partidos interessados na fusão elaborem estatutos e programas comuns, e, depois, elejam em votação conjunta o órgão de direção nacional. O grupo eleito é que fará o registro do novo partido.
O que é federação? As federações podem ser formadas por dois ou mais partidos e têm duração mínima de quatro anos. A aliança vale para as eleições para presidência, Senado, Estados e prefeituras, mas também para as eleições da Câmara dos Deputados, das assembleias e das câmaras dos municípios.
A norma prevê que, para as eleições proporcionais, as cadeiras serão distribuídas a partir dos votos de todos os partidos que integram a federação. Sobre eles são aplicados os quocientes eleitoral e partidário.