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PGR vê risco de fuga e aciona PF para vigilância permanente de Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que a Polícia Federal mantenha equipes de plantão, 24 horas por dia, para monitorar em tempo real o cumprimento das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. A solicitação foi encaminhada no âmbito da Ação Penal 2.668, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, e representa uma intensificação no grau de vigilância das autoridades sobre o ex-mandatário.

A medida foi motivada por um ofício enviado à PGR pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), no qual o parlamentar denuncia o que classifica como “concreto risco de fuga” de Bolsonaro. Segundo Farias, esse risco estaria evidenciado pela elaboração de uma minuta de pedido de asilo político ao governo da Argentina, com o objetivo de frustrar a jurisdição da Suprema Corte. O documento também menciona a possibilidade de interferência internacional por meio de sanções, em um suposto esforço de desestabilização do julgamento em curso no STF.

A PGR, ao acolher parcialmente a representação, não pediu a prisão preventiva de Bolsonaro — como solicitado pelo deputado —, mas reafirmou a necessidade de reforço na fiscalização das medidas já impostas. A Procuradoria defende a “manutenção de equipes de pronta atuação” para garantir que o ex-presidente esteja cumprindo integralmente as restrições determinadas pelo Supremo. Essa vigilância, no entanto, deverá ser feita de forma a não configurar “intrusão no lar” nem causar “perturbação à vizinhança”, segundo o despacho.

Embora o documento não estabeleça novas sanções, ele transforma o monitoramento da prisão domiciliar de Bolsonaro em uma rotina de fiscalização permanente e coordenada. A PGR já havia se manifestado anteriormente favorável à utilização de tornozeleira eletrônica, mas agora propõe uma abordagem mais operacional e contínua, visando garantir a eficácia das ordens judiciais. A intenção é clara: evitar qualquer brecha que possa ser explorada para o descumprimento das medidas.

O reforço da vigilância ocorre num momento em que cresce o escrutínio sobre a atuação das instituições diante dos desdobramentos dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado. A AP 2.668, que tem Bolsonaro como réu, se insere nesse contexto, tratando especificamente da trama envolvendo militares, aliados políticos e civis com o objetivo de romper a ordem constitucional.

A iniciativa da PGR também funciona como resposta institucional à crescente pressão política sobre o sistema de justiça. Ao registrar oficialmente que o ex-presidente está em prisão domiciliar — termo que vinha sendo relativizado em interpretações públicas —, a Procuradoria reforça o papel da Polícia Federal como responsável por garantir o cumprimento rigoroso das condições impostas. Isso inclui a possibilidade de resposta imediata em caso de qualquer tentativa de evasão ou desrespeito às restrições.

Por fim, o despacho da PGR ainda sinaliza que outras manifestações podem ser apresentadas “por ocasião do prazo ministerial para manifestação no agravo”, sugerindo uma estratégia de atuação em etapas. A medida busca equilíbrio entre firmeza institucional e respeito aos limites legais, sem descartar novas providências caso a situação evolua.

O contexto é de vigilância máxima — não apenas sobre Bolsonaro, mas também sobre a atuação das instituições encarregadas de fiscalizá-lo. A PGR, ao movimentar uma peça importante no tabuleiro jurídico, eleva o tom da cautela, mas sem romper com a liturgia legal. O recado, entretanto, é inequívoco: não haverá espaço para manobras que escapem do alcance da Justiça.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que a Polícia Federal mantenha equipes de plantão, 24 horas por dia, para monitorar em tempo real o cumprimento das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. A solicitação foi encaminhada no âmbito da Ação Penal 2.668, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, e representa uma intensificação no grau de vigilância das autoridades sobre o ex-mandatário.

A medida foi motivada por um ofício enviado à PGR pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), no qual o parlamentar denuncia o que classifica como “concreto risco de fuga” de Bolsonaro. Segundo Farias, esse risco estaria evidenciado pela elaboração de uma minuta de pedido de asilo político ao governo da Argentina, com o objetivo de frustrar a jurisdição da Suprema Corte. O documento também menciona a possibilidade de interferência internacional por meio de sanções, em um suposto esforço de desestabilização do julgamento em curso no STF.

A PGR, ao acolher parcialmente a representação, não pediu a prisão preventiva de Bolsonaro — como solicitado pelo deputado —, mas reafirmou a necessidade de reforço na fiscalização das medidas já impostas. A Procuradoria defende a “manutenção de equipes de pronta atuação” para garantir que o ex-presidente esteja cumprindo integralmente as restrições determinadas pelo Supremo. Essa vigilância, no entanto, deverá ser feita de forma a não configurar “intrusão no lar” nem causar “perturbação à vizinhança”, segundo o despacho.

Embora o documento não estabeleça novas sanções, ele transforma o monitoramento da prisão domiciliar de Bolsonaro em uma rotina de fiscalização permanente e coordenada. A PGR já havia se manifestado anteriormente favorável à utilização de tornozeleira eletrônica, mas agora propõe uma abordagem mais operacional e contínua, visando garantir a eficácia das ordens judiciais. A intenção é clara: evitar qualquer brecha que possa ser explorada para o descumprimento das medidas.

O reforço da vigilância ocorre num momento em que cresce o escrutínio sobre a atuação das instituições diante dos desdobramentos dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado. A AP 2.668, que tem Bolsonaro como réu, se insere nesse contexto, tratando especificamente da trama envolvendo militares, aliados políticos e civis com o objetivo de romper a ordem constitucional.

A iniciativa da PGR também funciona como resposta institucional à crescente pressão política sobre o sistema de justiça. Ao registrar oficialmente que o ex-presidente está em prisão domiciliar — termo que vinha sendo relativizado em interpretações públicas —, a Procuradoria reforça o papel da Polícia Federal como responsável por garantir o cumprimento rigoroso das condições impostas. Isso inclui a possibilidade de resposta imediata em caso de qualquer tentativa de evasão ou desrespeito às restrições.

Por fim, o despacho da PGR ainda sinaliza que outras manifestações podem ser apresentadas “por ocasião do prazo ministerial para manifestação no agravo”, sugerindo uma estratégia de atuação em etapas. A medida busca equilíbrio entre firmeza institucional e respeito aos limites legais, sem descartar novas providências caso a situação evolua.

O contexto é de vigilância máxima — não apenas sobre Bolsonaro, mas também sobre a atuação das instituições encarregadas de fiscalizá-lo. A PGR, ao movimentar uma peça importante no tabuleiro jurídico, eleva o tom da cautela, mas sem romper com a liturgia legal. O recado, entretanto, é inequívoco: não haverá espaço para manobras que escapem do alcance da Justiça.

Quaest mostra desgaste irreversível de Bolsonaro entre eleitores decisivos

Jair Bolsonaro já enfrenta uma condenação política que, segundo os dados mais recentes da pesquisa Genial/Quaest, tende a se aprofundar. Para 52% dos brasileiros, o ex-presidente participou do plano de tentativa de golpe de Estado — percepção que atinge 58% dos eleitores de centro, grupo decisivo em qualquer disputa eleitoral no Brasil. Entre os entrevistados, 55% apoiam a prisão domiciliar, reforçando a leitura de que Bolsonaro perdeu apoio para além de sua base ideológica.

Politicamente, quando você destrincha o país, Jair Bolsonaro já foi condenado. Os dados da Quaest revelam um esvaziamento da força política do ex-presidente, que pode reconfigurar a correlação de forças para a eleição presidencial de 2026.

A leitura é sustentada por uma mudança relevante: o endurecimento da opinião pública entre os eleitores que não se identificam nem com o PT nem com o bolsonarismo. Esse segmento, tradicionalmente responsável por definir eleições em cenários polarizados, tem se afastado progressivamente de Bolsonaro. Em dezembro de 2024, 45% desse grupo acreditavam que o ex-presidente tentou um golpe. Hoje, são 58%. Em sentido oposto, os que o consideravam inocente caíram de 33% para 25%.

Essa inflexão tem impacto direto na viabilidade eleitoral do bolsonarismo. De acordo com a Quaest, 84% dos bolsonaristas acreditam que Bolsonaro é inocente — número que era de 49% há oito meses. Trata-se de um movimento de radicalização interna que solidifica sua base, mas reduz seu alcance. Já entre os petistas, a percepção de culpa saltou de 62% para 84%. Mesmo na esquerda não lulista, o número saltou de 60% para 90%. E na direita não bolsonarista, a visão de “Bolsonaro democrata” caiu de 72% para 45%.

Esse isolamento progressivo de Bolsonaro vem sendo acompanhado por uma leve recuperação do presidente Lula em cenários de segundo turno. O mesmo levantamento mostra que, após o chamado “tarifaço” dos Estados Unidos — com imposição de sanções comerciais ao Brasil —, Lula passou a liderar com mais folga até mesmo contra Tarcísio de Freitas, nome mais competitivo da direita, cuja distância aumentou de 4 para 8 pontos. A ofensiva internacional liderada por Donald Trump, em sintonia com o clã Bolsonaro, teve efeito inverso: ampliou a rejeição ao ex-presidente e seu entorno.

Embora a defesa da democracia não costume gerar dividendos eleitorais diretos, a percepção de que Bolsonaro tentou desestabilizar o regime democrático e agora busca proteção externa tem corroído sua imagem até mesmo entre os eleitores mais pragmáticos. É por isso que ele vai perdendo essa força.

Analistas políticos observam que o eleitor não polarizado — aquele que decide com base em fatores econômicos, percepção de risco ou estabilidade — tem se tornado cada vez mais refratário ao ex-presidente. Se a economia vai mal, esse eleitor tende a buscar alternativas. Mas se o ex-presidente representa instabilidade institucional, mesmo em contextos de crise econômica, ele também se torna um risco eleitoral.

Na prática, Bolsonaro tornou-se tóxico fora da bolha ideológica da extrema direita. Sua defesa pública da tentativa de ruptura institucional, agora documentada e percebida pela maioria da população, transformou-se em um passivo eleitoral. A Quaest revela que esse desgaste já impacta o campo bolsonarista como um todo, tornando mais difícil para candidatos ligados ao ex-presidente crescerem entre o eleitorado de centro.

Nesse cenário, a candidatura de Bolsonaro em 2026 — caso juridicamente viável — enfrentará um eleitorado mais cético, menos tolerante com discursos golpistas e atento à responsabilidade do ex-presidente nos ataques ao Estado democrático de direito. Ainda que conserve uma base fiel, Bolsonaro já não é mais, aos olhos da maioria da população, um nome viável para liderar o país. A condenação política veio antes da jurídica — e essa costuma ser definitiva nas urnas.

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