O presidente do Vasco, Pedrinho, afirmou que a 777 Partners e seu fundador, Joshua Wander, não possuem mais qualquer vínculo com a gestão de clubes de futebol. A declaração foi dada por Pedrinho durante entrevista coletiva em que Marcelo Sant’Ana foi apresentado como novo CEO do Vasco.
Pedrinho confirmou que fez uma reunião com a seguradora A-CAP, que passou a dar as cartas nos investimentos da 777 após a falta de pagamentos por parte da investidora.
“Fui informado que a 777 Partners não é mais controladora do futebol, de nenhum time de futebol, nesse momento. Eles, através do Josh e sua diretoria, foram destituídos do controle do futebol. Nós salvamos o Vasco de uma massa falida, que isso fique claro”, declarou o presidente e ex-jogador do Vasco.
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Desde o ano passado tanto A-CAP quanto 777 sofrem com problemas na Justiça americana, que investiga a relação entre as empresas. Por conta dessas investigações, o projeto de a 777 comprar o Everton, da Inglaterra, ruiu. Agora, cabe à seguradora tentar retomar as relações com os clubes. O Vasco detém ainda 30% da SAF e conseguiu, na Justiça, uma liminar que destituiu a investidora do controle do futebol do clube.
“Nunca foi minha intenção que chegássemos a esse ponto. O que gostaríamos é que tivéssemos um sócio que respeitasse essa sociedade e que o Vasco estivesse voando em todos os aspectos. O que foi feito (a conquista da liminar) foi muito acertado, me orgulho muito de ter feito isso. Eles (A-CAP) vieram ao Brasil, tivemos uma reunião muito cordial. Eles não têm interesse em tocar o futebol, então obviamente a relação com eles ficou muito melhor. Para quem dizia que a ação causaria uma instabilidade jurídica, pelo contrário. Ela trouxe estabilidade”, disse Pedrinho.
Preocupação com o futuro
A partir de agora, a preocupação do mandatário vascaíno é com a garantia do futuro do clube. Pedrinho disse que não serão mais investidos R$ 270 milhões no mês de setembro, como estava previsto no contrato de compra de 70% da SAF do clube pela 777 Partners.
“Passamos ao mercado que temos uma estabilidade jurídica, isso é uma ótima notícia. A gente já passou desse cenário, agora vamos ter responsabilidade com o clube. O clube foi tratado com irresponsabilidade financeira, queremos passar ao mercado interno e externo que o Vasco hoje tem uma estabilidade para tocar o futebol. Se nós não estivéssemos no controle, talvez os atletas nem salários teriam. Já fizemos contato com alguns empresários para regularizar as luvas. É bom conversar com alguns empresários para entenderem a realidade do que era”.
De acordo com Pedrinho, o Vasco receberá investimentos para que possa “honrar os compromissos até o final da temporada”.
Seguradora voltará a conversar
Apesar da conversa “cordial” com a A-CAP, o Vasco ainda precisa acertar-se juridicamente com a seguradora. De acordo com Pedrinho, haverá uma nova rodada de diálogo com a empresa nas próximas semanas.
“Além da realidade financeira que entregamos para eles, e eles vão avaliar em duas semanas, acho, somos muito justos. Se nós quiséssemos uma relação ruim, nós deixaríamos tocar, porque a gente sabe que por todo o cenário, descumprimento, o rombo financeiro… Não existiria mais nada para fazer. A gente estaria muito tranquilo, mas a gente não quer isso. A gente quer um acordo amigável, onde não haja nenhum prejuízo financeiro para a A-CAP, que era a maior credora da 777. Como eles foram cordiais e gentis, a gente espera que a relação termine também de uma forma boa para ambos os lados”, afirmou Pedrinho.
De acordo com o dirigente, o Vasco agora busca um novo investidor, mas refuta que seja apenas uma instituição financeira:
“Isso é o que a gente mais tem recebido do mercado. Queremos saber quem vai fazer parte da instituição Vasco da Gama, para que a gente não cometa o mesmo erro que foi cometido. A gente tem que ter muita calma nesse momento”, completou.