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No mês de comemoração aos Povos Originários, escola mostra que não deixa cultura terena morrer

No mês de comemoração aos Povos Originários, escola mostra que não deixa cultura terena morrer

Abril é o mês de comemoração aos Povos Originários, e a Escola Municipal Sulivan Silvestre Oliveira, localizada na Aldeia Marçal de Souza, bairro Tiradentes, em Campo Grande, realiza há 25 anos a Feira Indígena Cultural, com exposição do que é feito em sala de aula pelos alunos.

A escola é a única unidade da REME (Rede Municipal de Ensino) com a língua terena incluída no currículo escolar. A unidade tem 30% dos alunos indígenas, dos 305 matriculados.

Pais, mães e avós foram conhecer de perto o que os alunos desenvolveram de fevereiro até agora, com a produção de arco e flecha de madeira e papel, argila, desenhos e pinturas sobre a cultura terena.

A diarista Rosilene Catarina de Aquino é mãe de Alessandro, do 2º ano, estudante da escola há três anos. “Ele fala alguma coisa em terena e é muito legal a gente ver que a escola mantém essa cultura, a educação aqui é de primeira”.

Gisele Oliveira Souza é mãe de duas alunas da escola. A família se mudou de Coxim para Campo Grande no ano passado. “Eu as matriculei aqui e elas amam. Acho importante manter a cultura indígena. É interessante ter isso no currículo da escola, porque é a cultura que estão inserindo, o que é bom para elas aprenderem mais um tipo de cultura, de vivência”.

A aluna Ana Beatriz Candelária Cunha, de 7 anos, teve aulas de argila. “Foi a primeira vez que peguei na argila, fiz os potinhos da cultura terena, foi muito legal”.

Já Maisa Souza Mendes, de 8 anos, desenvolveu uma história sobre a cultura terena. “A gente leu o livro e depois contamos com o nosso jeito e fizemos ilustrações”.

O professor de língua terena, Elso Sobrinho, conta o que elaborou com os alunos em sala sendo apresentado na feira. “Fizemos vários projetos, que todo ano a gente sempre tem um tema diferente. Este ano é sobre as diferentes literaturas nas linguagens indígenas, tanto como afrodescendentes indígenas. Com isso, fizemos a exposição dos trabalhos dos alunos, que eles mesmos resolveram na sala de aula”.

Já a professora Ana Lílian Medeiros desenvolveu com os alunos sobre a lenda da mandioca, milho e algumas ervas medicinais. “A gente conseguiu agregar também vários conteúdos na sala de aula, fomos agregando na Língua Portuguesa e trabalhando em miscigenação com os outros conteúdos indígenas. Então assim, é muito fantástico essa cultura que eles já trazem desde criança, desde o berço”.

Segundo a diretora Maria Elisa Vila Maior, a comunidade lutou muito para instituir um projeto para valorizar e preservar a língua materna. “Desde então, esse projeto nasceu, paralelo ao histórico da nossa escola, e ele foi se desenvolvendo e evoluindo. Para chegar no formato que temos hoje como disciplina. Entendemos ser de grande relevância pedagógica trabalhar com as crianças, a importância da valorização, do reconhecimento de todas as culturas e de se trabalhar a questão da desconstrução de estereótipos. Então, isso que é tão importante anda em acordo com a nossa legislação, que visa preservar e prezar pelos direitos do exercício da cidadania de todos”.

 

 

#pratodosverem A matéria possui seis imagens. A foto de capa é do painel da Feira Cultural. A foto seguinte mostra a diarista Rosilene, durante entrevista. Ela é uma mulher branca de cabelos cacheados e pretos. A próxima foto é da Gisele, que é uma mulher de pele clara, e cabelos pretos e curtos. Ela usa óculos e veste regata branca. A foto seguinte é da aluna Ana Beatriz, criança indígena com cabelos compridos e uniforme azul. Na outra foto, está a aluna Maísa com cabelos pretos e uniformizada. A última foto mostra arco e flecha feita pelos alunos. 

 



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