A ideia de conectar o cérebro às máquinas não pertence mais aos filmes de ficção científica: desde 2019, tem sido um dos principais projetos de Elon Musk. Sim, estamos falando da Neuralink, empresa que tem desenvolvido ao longo desses anos a nova interface cérebro-máquina. Mas o que o implante da Neuralink faz, exatamente? Quais inovações podemos esperar?
Justiça seja feita — o implante da Neuralink não agrada a todos. O neurocientista Miguel Nicolelis declarou que o chip não traz inovação, porque o principal público-alvo (pessoas com paralisia ou alguma disfunção de movimento) podem receber interfaces não invasivas: “Eles estão vivendo de hype e bad sci-fi”, chegou a disparar o especialista.
Em paralelo, as promessas do implante são ambiciosas. O próprio Elon Musk apelidou o dispositivo de Telepathy, como forma de metáfora à capacidade do implante.
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O que o implante da Neuralink faz?
O implante da Neuralink faz o usuário poder controlar dispositivos eletrônicos com a mente (fazer ligações, operar um computador, comandar um teclado), sem que seja necessário mover algum músculo.
Existe um segredo por trás da telepatia: é a região cerebral responsável pelo controle da intenção do movimento, que é exatamente onde o implante é colocado. A tecnologia trabalha com as ondas cerebrais para transformá-las nos comandos e cumprir sua tarefa de controlar um dispositivo sem que o usuário precise se mover.
De acordo com Elon Musk, o principal foco do implante tem sido os pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA), que limita a movimentação. Inclusive, estima-se que o primeiro ser humano a receber o chip tinha essa condição, mas poucas informações foram reveladas sobre sua identidade, a não ser o fato de que se encontra em recuperação após o êxito da operação.
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O chip tem como alvo neurônios individuais, diferente de dispositivos em desenvolvimento, que costumam ter como alvo sinais de grupos de neurônios.
Já fizeram isso antes?
E por falar nesses dispositivos: essa não é uma técnica exatamente nova. A ciência já faz isso há anos para o tratamento de distúrbios neurodegenerativos. Vimos em um implante cerebral ajudar pacientes sem voz a falar ou favorecer a comunicação pelo pensamento, por exemplo.
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Chips intracranianos têm sido desenvolvidos para diversos fins, como o tratamento de depressão, dor crônica ou Alzheimer. O implante cerebral já possibilitou recuperar o movimento e sensações de um homem tetraplégico, inclusive.
Qual a inovação do implante da Neuralink?
Com isso, é possível observar que a tecnologia de Elon Musk não é exatamente a primeira no que se propõe em sua essência (um chip intracraniano), mas traz a inovação de ser sem fio e ficar escondida depois de inserido, o que pode contribuir positivamente para a autoestima dos envolvidos.
Uma das apostas da empresa está no método de implantação usando cirurgia robótica, justamente com a intenção de reduzir o risco de erro humano. Além de ter em mente o que o implante da Neuralink faz, também vale concentrar-se no fato de que a tecnologia traz, consigo, a visibilidade necessária para esse nicho. Dessa maneira, o chip ganha foco de atenção social e abre portas para as invenções com propostas semelhantes.
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Fonte: The Conversation, Neuralink









![O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em áudio enviado para o pastor Silas Malafaia que sem a votação da anistia não há possibilidade do Brasil negociar o tarifaço com os Estados Unidos.
A conversa é uma das citadas pela Polícia Federal (PF) no relatório que indiciou Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro pela atuação deles para colocar os EUA contra autoridades brasileiras e por coação no âmbito do processo da trama golpista.
“Malafaia, o que eu mais tenho feito é conversar com pessoas mais acertadas, vamos assim dizer no tocando que se não começar votando a anistia não tem negociação sobre tarifa”, afirma Bolsonaro no áudio enviado em 13 de julho para o pastor.
Na mensagem, o ex-presidente ainda faz uma alusão às tentativas de governadores, entre eles Tarcísio de Freitas, de São Paulo, de tentar negociar com a
Embaixada dos EUA.
“Não adianta um ou outro governador querer ir pros Estados Unidos, ir pra embaixada, para não sei onde quer que ele vá, tentar sensibilizar. Não vai só seguir. Da minha parte, é por aí pô”, diz Bolsonaro.
“Eu tenho meus contatos, não falo com ninguém e tô fazendo aquilo que entendo, você tem razão, é a anistia.
Resolveu a anistia, resolveu tudo. Não resolveu? Já era.
Ele não perde nenhum. Tenha certeza disso”, completou Bolsonaro no áudio.
O áudio de Bolsonaro vem em resposta a mensagem de Malafaia, que, segundo a PF, estaria dando “orientações” a Bolsonaro sobre como se posicionar após a carta de Trump que impôs as taxas de 50% sobre o Brasil, em 9 de julho, dias antes da conversa.
Segundo Malafaia, seria necessário “pressionar o STF dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa vai ser suspensa. Ainda pode usar o seguinte argumento:
Não queremos ver sanções contra ministros do STF e suas famílias. Eles se cagão [sic] disso! A questão da tarifa é justiça e liberdade, não econômica. Traz o discurso para isso!”, afirmou.
Pouco depois dessa mensagem, Malafaia envia um áudio em que “novamente orienta Bolsonaro em como direcionas a narrativa para os interesses dos investigados”, diz o relatório.](https://sudoestems.com.br/wp-content/uploads/2024/03/537227944_1300949231658827_2324692362068409941_n-269x320.jpg)

