Nem só de samba no pé vivem as musas do carnaval carioca

Durante o ano, três beldades brilham como veterinária, empresária e professora da rede municipal do Rio Alice, Sávia e Tatiana: no carnaval, são musas; fora dele brilham em outras profissões sem palco. Uma é médica veterinária e empresária do setor de construção civil, a outra é dona de empresa do setor imobiliário e influenciadora digital; e a terceira, professora de escola pública e personal em academia de ginástica.
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A médica veterinária Alice Alves cuida de um gato no consultório
Divulgação/Arquivo pessoal
Alice Alves num ensaio fotográfico com a mesma fantasia que usará em ensaio de rua neste fim de semana
Divulgação/Léo Cordeiro
Com 41 anos, Alice Alves desfila na Portela há 25 anos. E arranja tempo para conciliar os desfiles com as atividades de veterinária e de sua empresa que trabalha com construção e reforma de imóveis.
— Cresci em uma família de amor azul e branco. Todos apaixonados pela Portela, em especial meu irmão mais velho (in memoriam). A paixão dele era tão intensa que contagiou todos à sua volta. A Portela literalmente faz parte da minha vida. É um amor genuíno — conta a musa.
Já a musa Sávia David, de 36 anos, tem uma empresa de aluguel de lofts:
— Estamos atualmente com sete lofts, divididos por Copacabana e Barra da Tijuca. Comprei também o meu primeiro em São Paulo. Tive esse gatilho na época da pandemia, quando passei quatro meses morando em um loft na Ilha Grande com a minha família. Como já tinha alguns apartamentos em Copacabana, reformei e comecei a trabalhar com locação de curta temporada. As pessoas acham que as mulheres do carnaval são só corpo, e não é bem assim.
A musa Sávia David em sua empresa de locação de imóveis de curta temporada
Divulgação/Arquivo pessoal
Sávia David durante o desfile da Beija-Flor em 2022
Divulgação/Arquivo pessoal
A musa começou a desfilar na Beija-Flor em 2009. Mas este ano não poderá desfilar na azul e branco de Nilópolis por incompatibilidade de horário, pois se apresentará com a Unidos de Vila Maria, do Grupo dr Acesso 1 de São Paulo. Ela espera estar no Sambódromo do Rio, com a Beija-Flor, no desfile das campeãs.
— Sou apaixonada pela Beija-Flor, que para mim é o ponto de partida, é onde tudo começou. Só o meu sobrenome já diz tudo. Eu sou Beija-Flor, porque a Beija Flor faz parte da minha vida. Foi lá que conheci o meu marido, foi lá que construí a minha família. Tenho ido em alguns ensaios. Além disso, estou muito confiante de que a Beija-Flor estará de volta no sábado das campeãs.
Com 44 anos, Tatiana Breia é do mundo do carnaval e da educação. São duas décadas de Sapucaí e, neste carnaval, desfila pela segunda vez como musa na União da Ilha do Governador.
Tatiana Breia posa ao lado de seus alunos de escola da rede municipal do Rio
Divulgação/Arquivo pessoal
Tatiana Breia durante o desfile da União da Ilha do Governador em 2022
Divulgação/Arquivo pessoal
Na rede municipal de Educação, Tatiana é concursada há 22 anos e trabalha em sala de aula com projeto de correção de fluxo.
— Trabalhar com crianças e jovens há 22 anos me motiva diariamente a acreditar em um futuro melhor. Como mãe, também vejo o quanto o ambiente escolar é importante para o crescimento social, pessoal e profissional de cada um — diz ela.
A relação de Tatiana com o carnaval se estreitou através da primeira escola que lecionou, na Rocinha:
— Eu me apaixonei em ver o quanto meus alunos eram dedicados ao samba. Vi que poderia ocupá-los muito mais, culturalmente, estudando história, conteúdos musicais, ancestralidade. E no final disso tudo deu em samba. Aliás, continua dando até hoje.

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