NBA eleva audiência, mas NFL é quem domina nas transmissões esportivas de Natal nos EUA

Por muitas décadas, vigorou uma tradição no esporte dos Estados Unidos. Enquanto o Dia de Ação de Graças costumava ser o feriado da National Football League (NFL), o Natal era o território da National Basketball Association (NBA).

Nos últimos cinco anos, porém, a liga de futebol americano passou a dominar também as transmissões esportivas no dia 25 de dezembro. Embora a rodada de Natal da NFL exista desde 1971, por muitos anos ela consistia em jogos esporádicos agendados para essa data.

De 2020 em diante, a NFL começou a dar maior atenção à rodada natalina, que passou a representar uma das principais audiências da TV nos Estados Unidos, a ponto de ofuscar toda a tradição da NBA no feriado, que já dura desde 1947.

Em 2022, na disputa dos Natais, os jogos de futebol americano alcançaram o triplo de audiência em relação ao basquete. Essa tendência parece que chegou para ficar e tem ocasionado incômodo na NBA.

Principal astro da liga de basquete na atualidade, LeBron James aproveitou para alfinetar a NFL, após a vitória do Los Angeles Lakers sobre o Golden State Warriors, na noite da última quarta-feira (25).

“Eu amo a NFL, mas o Natal é o nosso dia”, declarou o astro, em entrevista à ESPN dos Estados Unidos.

Mesmo estando em desvantagem na tentativa de manter o dia do nascimento de Jesus como seu território, a NBA tem motivos para comemorar. Neste ano, ela registrou aumento de 84% na audiência de sua rodada de Natal, na comparação com 2023.

As partidas realizadas no feriado alcançaram uma média de 5,25 milhões de espectadores na TV, o que representa o melhor índice registrado pela rodada de Natal da NBA, nos últimos cinco anos.

A jogo de maior audiência do basquete no feriado foi justamente o que contou com LeBron James como uma das grandes atrações. A vitória do Los Angeles Lakers sobre o Golden State Warriors, de Stephen Curry, atraiu 7,76 milhões de espectadores.

NFL domina Natal

Apesar do crescimento obtido pela NBA, a NFL segue dominando a audiência do Natal, no mercado norte-americano. Dados do instituto Nielsen mostram que os dois jogos transmitidos pela Netflix no feriado registraram média de 24,2 milhões espectadores, apenas nos Estados Unidos. Isto equivale a 4,6 vezes mais do que o público alcançado pelas partidas de basquete.

Ainda não estão computados nesses números a audiência obtida pelas duas partidas na plataforma global de assinantes do serviço de streaming, que pagou US$ 150 milhões (mais de R$ 920 milhões, pela cotação atual) pela exclusividade na transmissão da rodada natalina da NFL.

O duelo entre Kansas City Chiefs e Pittsburgh Steelers atingiu 24,1 milhões de espectadores, segundo o Nielsen. Já o confronto entre Houston Texans e Baltimore Ravens alcançou 24,3 milhões de pessoas.

Esse jogo registrou o pico de audiência da rodada de Natal, com mais de 27 milhões de espectadores durante o show do intervalo, com Beyoncé.

A apresentação da cantora disparou para o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados globalmente no X (antigo Twitter), com seu nome substituindo a expressão #Christimas. Após o término do show, a transmissão da Netflix passou a ocupar 10 dos 12 trending topics da rede de Elon Musk, nos Estados Unidos.

Já a expressão #NFLonNetflix ficou entre os assuntos mais comentados no X, não apenas entre os usuários norte-americanos, mas também em países como Brasil, França, Alemanha, Austrália e Reino Unido.

“Estamos entusiasmados com nosso primeiro dia de jogo de Natal na Netflix, com jogos da NFL sendo transmitidos para um público global. Fãs em todos os 50 estados e de mais de 200 países ao redor do mundo assistiram a algumas das estrelas mais brilhantes da liga, juntamente com uma performance deslumbrante de Beyoncé, em um dia histórico para a NFL”, disse Hans Schroeder, vice-presidente executivo de distribuição de mídia da liga.

Mesmo em desvantagem na audiência, em comparação à NFL, a NBA não tem do que reclamar, quando o assunto é mídia. E julho deste ano, ela fechou seu novo contrato de direitos de transmissão, com ESPN, Amazon e NBC. O acordo terá 11 anos de duração e renderá US$ 76 bilhões (R$ 467,6 bilhões) ao longo desse período.

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