Com indicativo de paralisação do trabalho na próxima semana, os policiais civis realizaram manifestação na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) na manhã desta quinta-feira (29). O Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis do Mato Grosso do Sul) pede a criação de uma comissão especial no parlamento para que deputados realizam a intermediação da negociação salarial com o Governo do Estado. Objetivo da categoria é chegar no 6º salário, e para isso precisa de um aumento de 30%.
Conforme o presidente do sindicato, Alexandre Barbosa, a alegação do Executivo é que não há fluxo em caixa para promover os reajustes do efetivo. Em sessão plenária da última terça-feira (27), o deputado e ex-secretário de Governo, Pedro Caravina (PSDB), disse em plenário que Estado não tem recursos para o reajuste. O Sinpol rebateu posteriormente.
“Ele [Riedel] fala que falta de recursos, mas me causa estranheza isso. Em maio deste ano, ele deu um aumento, contemplou duas categorias do Estado com auxílio de saúde, que são os delegados e os fiscais de rendas, que são os melhores salários que existem hoje no Estado. Isso aí, para cada policial, delegado ou fiscal de renda, dá em média R$ 2 mil por mês a mais no salário deles. Eles já ganham bem. Nós, salário muito mais baixo do que isso. E o governador não tem condições de dar R$ 500 para nós, para cada policial trabalhar satisfeito”, disse.
Sobre indicativo de greve, Barbosa disse que categoria primeiro vai esgotar diálogos. “Nós estamos tentando conversar o máximo possível, uma demonstração é essa aqui hoje, para a abertura de conversa novamente de negociação com o governo, mas se não fomos atendidos, provavelmente, sim [farão greve]. Não é nós que queremos, é o governo que está provocando isso, nos forçando a fazer isso, para tentar melhorar o nosso salário, que está muito baixo a nível nacional”, afirmou o presidente do sindicato.
Presidente do Simpof-MS (Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses de Mato Grosso do Sul), Francisco Orlando, disse que categoria está em tratativas com o Governo, mas não obteve devolutiva de reajuste salarial.
“Nós estamos fazendo aqui uma manifestação pra mostrar pra toda a sociedade como o salário do policial civil, do perito oficial do Estado do Mato Grosso do Sul está muito defasado ao nível nacional. Para você ter ideia, salário do perito oficial forense hoje é o terceiro pior salário da federação. Nós estamos na 24ª posição e estamos tentando negociar com o governo estadual todo ano e infelizmente o governo falou que não pode dar nem um percentual para nós”, disse.
O sindicato pontua que categoria está há 10 anos sem reajuste real no salário e que peritos recebem apenas incorporações na remuneração. Além disso, Orlando também destaca o auxílio-médico apenas para os delegados, aprovado por deputados e sancionado pelo Governo em maio.
“Fomos surpreendidos aqui na última aprovação do RGA, que é um aumento que o governo dá todo ano, que é a reconstituição da inflação, por um auxílio médico apenas com a categoria da Polícia Civil. E a Polícia Civil é um todo. Nós não podemos ter uma categoria somente recebendo auxílio médico e as outras categorias não recebendo. Então nós não recebemos nada na verdade. O governo está prometendo fazer apenas uma incorporação”, afirmou.