Mundial de Football Manager: a chancela da Fifa traz ainda mais visibilidade ao esporte eletrônico

Os apaixonados pelo simulador de futebol “Football Manager” tiveram uma surpresa quando foram ler o artigo da Sports Interactive, desenvolvedora do jogo, sobre as novidades do FM 25. Em conjunto com a Fifa, a empresa anunciou na última quinta-feira (27) a Copa do Mundo do game, tendo finalmente a sua primeira edição chancelada pela entidade que comanda o futebol mundialmente. O evento, que acontecerá entre 29 de agosto e 1º de setembro de 2024, porém, vale muito mais do que os R$ 550 mil em disputa.

O senso de comunidade que o Football Manager tem entre os seus jogadores é tão grande quanto outros jogos eletrônicos mais famosos, como League of Legends e Counter Strike. Todas as possibilidades que o game oferece, como a gestão financeira da equipe, táticas, desenvolvimento de wonderkids (as jovens promessas), além do compartilhamento de experiências, são discutidos em diversos fóruns, sites ou grupos das mais variadas línguas. O jogo é universal e, agora, a Copa do Mundo do FM tem o poder de aprimorar ainda mais a experiência dos apaixonados pelo jogo.

Afinal, quem não gosta de acompanhar os jogadores profissionais dos esportes que a gente ama? LeBron James no basquete, Vinícius Junior no futebol, Patrick Mahomes no futebol americano… Todos temos alguém que usamos como referência, seja na área profissional, quanto em hobbies e paixões. E nos esportes eletrônicos isso não é diferente. Com o Football Manager, grandes nomes podem ter ainda mais destaque na mídia, dividindo os holofotes com importantes influencers do game, como TomFM e WorkTheSpace.

O impacto no Brasil

Além disso, a Copa do Mundo com a Fifa traz uma visibilidade ainda maior para o jogo, que pode fidelizar mais apaixonados que nem faziam ideia que o game existia. Para o esporte eletrônico no Brasil, o evento contribui significativamente para o crescimento do e-football. Como um dos países com maior número de jogadores e fãs de futebol, o Brasil se beneficia do aumento da popularidade dos esportes eletrônicos, diversificando as modalidades disponíveis e atraindo novos públicos.

A competição proporciona uma plataforma para que jogadores brasileiros mostrem suas habilidades em um cenário global, o que pode levar a oportunidades de patrocínio, convites para outras competições e, potencialmente, carreiras profissionais dentro do e-Sports ou até fora dele. Além disso, o sucesso de eventos pode incentivar o surgimento de novas empresas e projetos relacionados ao segmento no Brasil, desde a criação de conteúdo até o desenvolvimento de tecnologias e plataformas de suporte.

A Copa do Mundo de Football Manager desempenha um papel crucial tanto na promoção do jogo quanto no fortalecimento do esporte eletrônico no Brasil. Este evento não apenas celebra a paixão pelo futebol e pelos videogames, mas abre portas para novas oportunidades e crescimento desse cenário. Com o apoio contínuo da comunidade, desenvolvedores e patrocinadores, o futuro do e-football no Brasil parece promissor e repleto de potencial.

O poder da história

E mais importante do que patrocínios ou visibilidade são as memórias. Afinal, são as grandes histórias que mantêm nossa paixão pelos esportes. E quem não gosta de um bom conto, não é? Alex McLeish que o diga.

O escocês, que foi treinador do Rangers da Escócia entre 2001 e 2006, revelou em um documentário que o Football Manager quase o fez contratar Lionel Messi e Andrés Iniesta. Seu filho, Jon, não parava de falar do argentino, que não tinha nem 15 anos na época e se destacava com grandes atributos no game. Pediu ao pai para conversar com os olheiros e foi ignorado.

Tempos depois, Messi começou a despontar na base, gerando finalmente o interesse de Alex, que procurou o Barcelona por um empréstimo, prontamente recusado. O Barça, porém, ofereceu Andrés Iniesta, outro garoto de La Masia. Alex conversou com o filho sobre o atleta e decidiu tentar o empréstimo, mas, quando retornou o contato, a equipe catalã avisou que não era mais possível. O meia seria usado no time profissional.

Histórias como essa, porém, são comuns no mundo dos jogadores do FM. Todos nós contratamos Eden Hazard quando estava no Lille, Aubameyang nos tempos de Saint-Etienne, ou até mesmo Lionel Messi antes de ser profissional. Assim como o futebol, o esporte eletrônico também é feito de memória. E a Copa do Mundo de Football Manager acaba de garantir muitas outras vindas de velhos e novos jogadores.

Por fim, imagine um treinador, que começou sua carreira vitoriosa no Football Manager, conquistar uma posição na prestigiosa Ligue 1 francesa. É o caso de Will Still, técnico belga do Stade de Reims, que é apaixonado pelo jogo e usou o FM a seu favor na vida real, tanto para estudar jogadores, quanto para montar estratégias. E não para por aí: o Bromley, clube inglês da quinta divisão, em uma inovação ousada, usou o simulador para identificar e contratar um analista tático. Esses casos exemplificam como a paixão pelo futebol e a expertise desenvolvida no game podem transformar sonhos em realidade, revelando talentos inesperados e redefinindo as fronteiras do esporte moderno.

Reginaldo Diniz é cofundador e CEO do Grupo End to End e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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