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Mulheres seguem em segundo plano: Soraya Thronicke enfrenta resistência em pautas femininas

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) voltou a levantar a bandeira da mulher no Congresso e obteve mais um episódio de frustração no plenário do Senado, nesta quarta-feira (20). Conhecida por sua atuação firme em defesa dos direitos femininos, Soraya tem colecionado propostas que buscam ampliar a proteção, garantir segurança e assegurar espaço às mulheres na política. No entanto, muitas dessas iniciativas enfrentam resistência, lentidão ou são barradas antes mesmo de chegar à votação.

O caso mais recente envolveu a rejeição de uma emenda apresentada pela parlamentar que tratava da paridade de gênero, propondo que 50% das vagas fossem ocupadas por mulheres. Segundo o relator, a medida “não passaria”, o que levou Soraya a denunciar o bloqueio arbitrário que impede as mulheres de verem suas reivindicações sequer debatidas. Para a senadora, a postura não representa apenas um entrave legislativo, mas um retrocesso nos direitos conquistados a duras penas.

A trajetória de Soraya comprova que a defesa da mulher é prioridade em seu mandato. Entre os projetos em andamento, está a criação de cursos gratuitos de defesa pessoal para mulheres vítimas de violência doméstica, já aprovado em comissão e em tramitação na Câmara dos Deputados. Outro destaque é a chamada “Lei Bárbara Penna”, que visa impedir que agressores condenados ou presos provisoriamente continuem a ameaçar suas vítimas, proposta que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça, mas ainda segue lentamente.

Além disso, Soraya idealizou o Programa Mulher Senadora, que busca incentivar a participação feminina na política, e tem defendido mudanças regimentais para priorizar projetos voltados ao enfrentamento da violência contra a mulher. Apesar da relevância, todas essas medidas encontram resistência para avançar na pauta legislativa.

A senadora tem cobrado há anos maior prioridade para temas femininos no Congresso. Em março, chegou a criticar publicamente a falta de avanços, afirmando que o país ainda celebra feitos antigos enquanto negligencia a paridade de gênero. “Estamos atrás de outros países latino-americanos em proteção às mulheres, e não adianta discursos simbólicos quando a realidade é de vidas ceifadas”, disse. Soraya também classificou como “regressão inaceitável” as tentativas de reduzir a cota mínima de candidaturas femininas, hoje em 30%.

Para a parlamentar, a luta não se resume apenas a espaço político, mas à dignidade da mulher, tantas vezes silenciada ou reduzida a estatísticas de violência. O episódio no plenário reacende a reflexão sobre até onde a política brasileira está disposta a enfrentar, de fato, a desigualdade de gênero.

Enquanto projetos que poderiam representar segurança, autonomia e representatividade seguem parados, mulheres continuam a morrer vítimas de feminicídio, a viver sob ameaças e a enfrentar um sistema político que ainda não as reconhece plenamente.

Soraya Thronicke ecoa a voz de milhões de brasileiras ao afirmar que as mulheres não pedem favores, mas garantias. Querem viver sem medo, ocupar espaço na política e ver seus projetos discutidos e aprovados. Sua luta no Senado reflete a de tantas mulheres que permanecem invisibilizadas em um sistema que insiste em lhes negar protagonismo.

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