O Ministério Público de Minas Gerais voltou a entrar em cena com força ao pedir a suspensão do show de Joelma, marcado para 27 de dezembro, em Santa Bárbara do Tugúrio, no Campo das Vertentes. A medida gerou repercussão imediata, já que a apresentação integra a programação oficial do aniversário da cidade e movimentava a expectativa local.
O cachê de R$ 550 mil, entretanto, acendeu o alerta da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, que passou a analisar o impacto financeiro da contratação.
O órgão lembrou que, em 2022, o orçamento municipal girou em torno de pouco mais de R$ 20 milhões. A agricultura, base econômica da região, recebeu R$ 588.500 naquele ano. Além disso, o saneamento somou R$ 160 mil e a habitação ficou em R$ 3.500.
A comparação reforçou a avaliação do Ministério Público sobre a falta de proporção entre as despesas essenciais e o valor reservado ao evento. Com isso, a Promotoria concluiu que a prioridade orçamentária precisa de revisão.
Custos elevados e histórico de divergências
A contratação de Joelma trouxe ainda mais polêmica porque, em 2023, a cidade gastou menos de R$ 80 mil para organizar o mesmo evento comemorativo. A diferença chamou atenção e, por consequência, alimentou o debate sobre transparência, planejamento e coerência na destinação de recursos públicos.
Como a festa de aniversário costuma atrair visitantes e gerar movimento no comércio local, a discussão avançou rapidamente para além dos bastidores políticos.
Diante dos números, o Ministério Público requereu que a Justiça conceda liminar para suspender o contrato, cancelar o show e determinar a devolução de valores já repassados. O pedido elevou a tensão entre moradores, prefeitura e organização do evento, que agora aguardam os próximos passos do Judiciário.
Segundo ano seguido de embate
O episódio ganhou ainda mais peso porque não se trata de um caso isolado. Em 2024, o Ministério Público também questionou a contratação da cantora e a Justiça de Minas Gerais determinou o cancelamento da apresentação.
Assim, a repetição do embate reforçou a necessidade de discussão sobre prioridades, custos e políticas culturais no município, que vive um novo capítulo dessa disputa antes de fechar o ano.
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