Moderninho! Investigado em fraude milionária queria receber propina via PIX em Sidrolândia

 

Investida do Gaeco e Gecoc contra fraude em licitação, envolvendo R$ 15 milhões, nesta quarta-feira (3) trouxe situações inusitadas, em Sidrolândia. Um investigado sugeriu ao outro pagar propina pelo PIX.

Foram oito os alvos de mandado de prisão e 28 de busca e apreensão, contra pessoas físicas (servidores, empresários e políticos) e empresas. Entre elas o vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), que foi apontado como mentor do esquema.

A conversa sobre propina foi destacada até pelo juiz que autorizou os mandados, Fernando Moreira Freitas da Silva. Ele detalhou diálogo por telefone entre Ricardo Rocamora e o secretário-adjunto de Assistência Social e Cidadania da cidade, Paulo Vitor Famea.

Conforme o relatório do magistrado, Rocamora perguntou se deveria enviar o valor da propina por PIX ao que Paulo Vitor responde ”sim” e indicou sua própria conta.

No entanto, fora alertado sobre o risco e ouviu que seria melhor receber em espécie, por meio de outro investigado, Milton Matheus Paiva. Ele concordou.

O espaço está aberto permanentemente às defesas dos investigados.

Investigação

A Operação Tromper, deflagrada na manhã desta quarta-feira (3), investiga fraudes em contratos que somam cerca de R$ 15 milhões entre empresas e a prefeitura de Sidrolândia.

Na terceira fase da investigação, foram cumpridos oito mandados de prisão e 28 de busca e apreensão.

A ação é realizada pelo Ministério Público, por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Segundo o Ministério Público, o Gecoc ratificou “a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais”.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar, além da assessoria militar do Ministério Público.

“Tromper”, verbo que dá nome à operação, traduz-se da língua francesa como ‘enganar’.

 

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