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Mineradoras entram na mira do MP após vítimas relatarem doenças em MS

transporte ladário

Problemas relatados passam por irritação nos olhos, sangramentos nasais, coceiras na pele até aumento de doenças respiratórias e cutâneas

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) quer identificar as mineradoras responsáveis pelos caminhões de minério de ferro que estão passando em rua de Ladário e deixando várias doenças ‘no rastro’.

Inquérito foi instaurado para investigar se transporte de minério provoca doenças respiratórias em região do município. O promotor de Justiça Pedro de Oliveira Magalhães quer identificar as mineradoras responsáveis pelo transporte de minério no trecho.

Assim, Magalhães quer identificar as empresas para elas efetuarem a compensação dos danos ambientais à comunidade afetada. A indenização deve ser paga para Prefeitura de Ladário, que, por sua vez, deve destinar os valores a projetos que beneficiem aqueles moradores.

Além disso, o promotor quer verificar a possibilidade do Governo de MS, por meio de ajustamento de conduta, pavimente a via que é o ‘trajeto do ferro’.

Na quinta-feira (27), o promotor de Justiça se reuniu com o prefeito de Ladário, Munir Sadeq Ramunieh (PSDB), e com o procurador-geral do Município para tratar possíveis soluções para o problema.

Extração do minério de ferro em MS – Ilustrativa (Chico Ribeiro, Jornal Midiamax)

Tráfego intenso de caminhões

Moradores denunciaram poeira excessiva, ruídos intensos e aumento de doenças respiratórias. Em ofício, com mais de 30 assinaturas, enviado à 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá, moradores de Ladário descreveram os transtornos causados pelo transporte de minério.

O inquérito, assinado pelo Promotor de Justiça e titular da 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá, Pedro de Oliveira Magalhães, destaca que entre os problemas relatados, estão a irritação nos olhos, sangramentos nasais, coceiras na pele e aumento de doenças respiratórias e cutâneas, devido à falta de umidificação adequada da via.

Um laudo pericial realizado pelo Núcleo Regional de Criminalística comprova as denúncias dos moradores. O documento constatou a presença de poeira excessiva, mesmo após a aplicação de aspersão de água, que resultou na formação de lama na via.

Além disso, o laudo apontou que o tráfego intenso de caminhões gera ruídos elevados, potencialmente acima dos limites estabelecidos pelas normas ambientais.

Os principais pontos do laudo pericial:

  • Poeira: A dispersão de poeira afeta a visibilidade e causa acúmulo de partículas nas residências próximas, impactando a qualidade do ar e a saúde dos moradores.
  • Lama: A aspersão de água, utilizada para mitigar a poeira, gerou excesso de umidade e formação de lama, dificultando o tráfego e aumentando o risco de acidentes.
  • Poluição Sonora: O tráfego intenso de caminhões produz ruídos elevados, que podem causar estresse, distúrbios do sono e problemas auditivos.
  • Impactos na saúde: A exposição prolongada à poeira pode causar doenças respiratórias, irritação ocular e agravar quadros de asma e bronquite.
  • Impactos no meio ambiente: A deposição de partículas na vegetação pode comprometer a fotossíntese, e o carreamento de sedimentos pode afetar cursos d’água próximos.

Diante dos indícios de danos à saúde e ao meio ambiente, o MPMS determinou a realização de perícia na região e oficiou o município de Ladário para prestar informações sobre o caso. A investigação busca apurar as responsabilidades e adotar medidas para garantir a proteção da população e do meio ambiente.

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