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Mensagens apontam que Mauro Cid tinha medo de ser preso

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Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi consolado por general: “Nada lhe acontecerá” Mensagens obtidas pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, indicam que ele estava preocupado com a possibilidade de ser preso após deixar o governo. O militar firmou um acordo de delação premiada, homologada em setembro do ano passado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo relatório da investigação, em 2 de janeiro de 2023, Cid compartilhou com o general Estevam Theophilo, então comandante de Operações Terrestres (Coter) do Exército, o link de uma reportagem que tratava da possível prisão de Jair Bolsonaro. O texto diz que o auxiliar do do ex-presidente poderia ser preso já nas primeiras semanas do novo governo.
Na ocasião, Teophilo integrava o Alto Comando da Força, posto que ocupou até novembro do ano passado, quando passou para a reserva. Em resposta, o general diz que iria conversar com o recém-empossado comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, e garantiu: “Nada lhe acontecerá” .
Segundo a PF, a resposta dada por Teophilo a Cid “demonstra que os investigados, já durante o novo governo, ainda acreditavam que poderiam interferir nas investigações criminais em andamento”.
Em outra conversa obtida pela PF, Cid também comenta as ordens de prisões de Moraes a integrantes do governo do Distrito Federal, relacionadas ao 8 de janeiro, e se mostra aliviado. “Nessa guerra toda pelo menos eles me esquecem… Eu acho”.
Cid viria a ser preso quatro meses depois, em 3 de maio de 2023, junto com outros cinco suspeitos de participarem de um esquema de falsificação de cartões de vacina.
Arruda deixaria o cargo menos de um mês após assumir, em 21 de janeiro do ano passado, na esteira do desgaste sofrido pelo Exército com os atos golpistas de 8 de janeiro.
Entre os motivos da demissão também estava a recusa de Arruda em revogar a nomeação de Cid no 1º Batalhão de Ações de Comandos, unidade de Operações Especiais localizada em Goiânia. O ex-auxiliar de Bolsonaro havia sido nomeado para a função no fim do governo anterior.
A justificativa dada pelo ministro da Defesa para a exoneração foi “quebra de confiança”. Cid teve a nomeação anulada pelo atual comandante da Força, general Tomás Paiva.
Procurado, Estevam Theophilo ainda não respondeu aos contatos da reportagem. Já a defesa de Mauro Cid disse que não teve acesso aos autos da última operação. “Enquanto não tivermos tudo, não podemos emitir conclusões, até pelo sigilo que assiste a investigação”.

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