Candidato do Psol disse que pode entrar na Justiça ‘caso haja materialidade’
Dândara Genelhú –
Luso Queiroz (Alicce Rodrigues, Midiamax)
Para o candidato à Prefeitura de Campo Grande, Luso Queiroz (Psol), o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) deve investigar Beto Pereira (PSDB) após denúncia que aponta o tucano como chefe de suposto esquema de corrupção. Assim, o candidato do Psol não descarta ação contra o oponente no pleito das Eleições de 2024.
Ao Jornal Midiamax nesta sexta-feira (27), Luso comentou sobre a denúncia noticiada nesta quinta-feira (26). “Espero que o Ministério Público investigue com imparcialidade, que o direito à presunção de inocência seja respeitado, caso haja materialidade entraremos na justiça”, disse.
O despachante David Cloky Hoffaman Chita, apontado como operador de um esquema de corrupção no Detran-MS, aponta Beto Pereira, candidato do PSDB a prefeito de Campo Grande e deputado federal, como chefe da organização que atuava no Detran-MS para usar o dinheiro desviado na atual campanha eleitoral.
Denúncia
Hoffaman oficializou nesta semana ao MPMS (Ministério Público de MS) um pedido de acordo para colaboração premiada. Segundo ele, a delação poderia derrubar suposta quadrilha com servidores do órgão, empresários, delegados de polícia, assessores e políticos.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Midiamax, David Chita, que tem mandado de prisão decretado e está foragido, garante que fugiu porque corre grave risco de vida em Mato Grosso do Sul, principalmente se for parar nas unidades prisionais do Estado.
Assim, ele constituiu um advogado de fora de MS para encaminhar o acordo. O despachante garante que está pronto para comprovar todas as denúncias caso tenha oportunidade de entregar o material probatório ao MPMS.
O pedido está na mesa do PGJ (Procurador-Geral de Justiça), Romão Avila Milhan Junior. No entanto, fontes dentro do MPMS relatam à reportagem que o assunto seria tratado ‘com muita cautela’ pela cúpula do órgão ministerial por causa dos políticos implicados.
O despachante já foi flagrado junto a personagens poderosas nos bastidores da política sul-mato-grossenses em outros casos policiais, e conta que passou a receber ameaças de morte desde que informações do processo 0002668-91.2024.8.12.0001 teriam supostamente vazado para integrantes da organização criminosa.
É justamente nesta ação que David teve a prisão preventiva decretada.
A investigação, atualmente na 4ª Vara Criminal de Campo Grande, acerta em cheio o suposto esquema de corrupção que cobrava propina para ‘esquentar’ documentos de veículos no Detran-MS e, segundo o despachante, direcionou mesadas para o caixa de campanha de Beto Pereira.
Segundo David, no entanto, as investigações teriam sido supostamente direcionadas para livrar políticos implicados e deixar o despachante e a ex-servidora Yasmin Osório Cabral como ‘bucha de canhão’.
Propina do Detran-MS para caixa 2 na campanha de Beto Pereira
Assim, David teria sido ‘recrutado’ por Beto para atuar em conluio com servidores do Detran-MS no esquema e repassar o dinheiro sujo diretamente a pessoas ligadas à organização do ‘caixa não-oficial de campanha’ do PSDB para chegar à Prefeitura de Campo Grande.
Então, ficaram combinados repasses mensais a três pessoas tratadas como a cúpula do esquema criminoso. Em troca, Beto Pereira supostamente atuou para facilitar a operação com nomeações dentro do Detran-MS, acesso à cúpula da Polícia Civil e da Casa Civil para ‘blindar’ a operação.