Em entrevista a Contigo! Novelas, Juliana Paes fala sobre assumir papel de vilã na série Vidas Bandidas após sucesso de mocinha da Netflix
O ano tem sido de Juliana Paes! Depois do sucesso internacional com Pedaço de Mim, da Netflix, a atriz celebra a estreia de uma outra série em conversa com a Contigo! Novelas. Em Vidas Bandidas, nova produção da Disney+, a artista interpreta Bruna, uma chefe de quadrilha em busca de vingança.
Dois mil e vinte e quatro é o seu ano nas séries?
Pois é, está sendo, né? [risos] Está sendo um ano de colheita mesmo, um ano muito feliz. Eu comecei o ano passado gravando Vidas Bandidas, depois veio Pedaço de Mim e no final Renascer. E os trabalhos foram exibidos na ordem oposta, veio Renascer, depois Pedaço de Mim e agora Vidas Bandidas. Todo esse sucesso, a repercussão positiva, personagens lindos… Eu estou gratificada, lisonjeada. E estou feliz, animada com o streaming, com esses novos voos. Está sendo muito especial.
Ter a Bibi Perigosa, da novela A Força do Querer, na bagagem, te ajudou a construir essa outra bandida, que é a Bruna?
Tem um caminho aí, acho que fica muito mais na parte estética da personagem, que é uma mulher empunhando uma arma, numa atitude de violência, talvez. Mas Bruna e Bibi tem motivações e maneiras de agir muito diferentes. A Bibi tinha uma coisa mais passional, ela foi jogada naquele universo por causa do marido e ela acabou tendo que assumir os papéis dele. A Bruna não, ela está ali porque quer, ela sabe o que quer, ela é mais racional, tem um eixo mais vertical de personalidade, não tão desvairada. E motivada por vingança, depois de perder a irmã, então é um outro caminho de pensamento, de personagem.
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Bruna é mais dona de si, né? A Bibi era muito dependente do marido…
Exatamente, a Bibi foi motivada por outras questões e acho que a Bruna também tem isso. Um dos desafios interessantes de viver a Bruna para mim, quando li o roteiro, foi ver essa mulher nesse posto de chefia de uma cadeia de comando, ainda que no mundo do crime, mas ela está ali como mulher exercendo um papel que a gente normalmente vê os homens fazendo. Gostei de poder dar corpo e vida a uma mulher nesse lugar.
Como você citou, a Bruna é motivada pela morte da irmã, Lara (Larissa Bocchino). Como vocês duas construíram essa relação?
Foi muito fácil porque a Larissa chegou pronta, pronta para gravar, arrasar. Ela é super-realizadora, sabe tudo, estudiosa, é um espetáculo. E a gente teve uma preparação muito linda antes, a nossa preparadora, Maria Silvia, entendeu que a gente precisava dessa intimidade construída de um jeito bem forte, para justificar toda a vingança que a Bruna quer fazer depois que perde a irmã. Então a gente precisava ter esse laço muito amarrado, esse amor muito desenhado no olhar entre as irmãs para que esse curso da vingança fizesse sentido.
A série é motivada pela vingança. Você acha que vale a pena pagar mal com mal?
Essa é a grande pergunta de Vidas Bandidas. Acho que todo desejo de vingança no fundo é uma busca por justiça. Mesmo as vinganças conscientes, as inconscientes, aquelas que a gente está fazendo alguma coisa porque quer dar uma resposta para alguém em algo que aconteceu lá atrás, no fundo, é uma projeção de fazer justiça à própria maneira. Do tipo ‘se a vida não me justiçou, eu vou me justiçar, eu vou buscar maneiras de me sentir justiçada’. Mas acaba sempre sendo um caminho vazio, ele nunca dá conta, porque você não volta atrás, você não tem aquilo que você perdeu, você precisa conquistar outras coisas, né? Então esse senso de propósito que todo mundo busca na vida precisa estar adiante, nunca em alguma coisa que já foi, que já passou. Acho que essa é a grande mensagem de Vidas Bandidas.