Brecha do MPMS havia feito Justiça suspender decisões sobre escândalo em Terenos
Gabriel Maymone –
Após sofrer revés na Justiça, a operação ‘Velatus’ do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) foi convalidada pelo juiz da 2ª Vara de Criminal de Campo Grande, Eduardo Eugênio Siravegna Júnior. Em decisão, ele validou todas as decisões judiciais proferidas na Comarca de Terenos e negou pedido de revogação de prisão preventiva do ex-secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto.
Isaac foi preso acusado de comandar esquema de corrupção durante a gestão do PSDB no município. Investigações apontam que o ex-secretário beneficiava empreiteiras ‘amigas’ e criava empecilhos para empresas fora do esquema.
Ao analisar HC (Habeas Corpus) da defesa de Isaac no fim de outubro, a 3ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de MS) suspendeu todas as decisões do juiz do interior. A defesa se aproveitou de brecha na denúncia do MPMS (Ministério Público de MS).
No entanto, o processo foi redistribuído e reanalizado pelo juiz da 2ª Vara, que convalidou todas as decisões da operação. Agora, toda a movimentação processual sobre o escândalo de corrupção da gestão do PSDB em Terenos passará pela Vara da Capital.
Ao negar o pedido de revogação de prisão preventiva de Isaac, o juiz pontuou que “não restam dúvidas de que, a despeito de exonerado do cargo, o requerente continuou atuando junto à pasta e empresários do setor, o que aponta para a necessidade e a contemporaneidade da medida aplicada pelo juízo originário”.
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Exoneração dias antes de operação levantou suspeita de vazamento
“O que dá a entender? Que tinham informação privilegiada, sabiam que iam vir, por isso pediu exoneração”, dispara o vereador Clayton Cleone Melo Welter (PP) sobre saída do secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto. Segundo Caco, que é 1º secretário da Câmara, Isaac saiu dez dias antes da Operação Velatus, que revelou esquema de corrupção durante a gestão do PSDB em Terenos – a 31 km de Campo Grande.
Consta no Diário Oficial do município, do dia 2 de agosto, exoneração a pedido do secretário. O prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB) assinou a exoneração. O cargo do primeiro escalão da gestão tucana é uma nomeação política e considerado de confiança do prefeito.
O Jornal Midiamax questionou o Gaeco sobre o possível vazamento de informações e se as denúncias seriam investigadas. Contudo, não houve retorno até a publicação desta matéria.
Em 12 de agosto, Isaac foi acionado por um homem, que alegou falta de resposta de Katiane.
Em seguida, encaminhou três documentos: boletim de medição, resumo do empreendimento e relatório de execução de serviços. Para a promotoria, os documentos evidenciam que eles “trataram de assuntos relacionados à pasta da Secretaria de Obras do município de Terenos”.
Após, Isaac disse ainda que tentaria ir à Prefeitura de Terenos ‘para falar’. As mensagens foram trocadas em 12 de agosto, um dia antes da operação.
Ou seja, Isaac pretendia visitar o Executivo em 13 de agosto — dia da operação e prisão dele. “A resposta de Isaac Cardoso Bisneto evidencia que o investigado permanecia atuando junto à Secretaria de Obras”, apontou a promotoria.
Além disso, a promotoria anexou trechos de conversas de Isaac com outro investigado na operação. Em conversa com Sansão Inácio, Isaac foi solicitado na secretaria para resolver questões da pasta.
Já em conversa com Katiane, “a servidora em questão solicita, em diferentes oportunidades, a assinatura e o comparecimento do investigado”, apontou a promotoria de Terenos.
Prefeitura de Terenos confirma que ex-secretário frequentou Paço Municipal após exoneração
A prefeitura de Terenos confirmou que o ex-secretário de obras, Isaac Cardoso Bisneto, frequentou o Paço Municipal após ser exonerado.
Em nota enviada à reportagem do Jornal Midiamax, a prefeitura confirmou que Isaac esteve no Paço Municipal. “Após a exoneração de Isaac Cardoso Bisneto, ele não continuou atuando na pasta. Após seu pedido de exoneração, ele esteve na Prefeitura para colaborar com o pro