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Jardineiros subaquáticos restauram parte do ecossistema em áreas marítimas na Dinamarca

Jardineiros subaquáticos restauram parte do ecossistema  em áreas marítimas na Dinamarca


Fauna e flora estão ameaçadas devido a desoxigenação do mar que já afeta cerca de 17% da matéria ambiental do país Sob uma tenda, ao longo de uma entrada de mar entre duas montanhas rochosas, no oeste da Dinamarca, voluntários e cientistas preparam plantas de ervas marinhas para o processo de restauração do ecossistema do fiorde, que foi gravemente afetado pela desoxigenação do mar.
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No país escandinavo, que desfruta de uma boa reputação em matéria ambiental, 7.500 km2, o equivalente a cerca de 17% da área, são afetados pelo problema, de acordo com a Agência Ambiental Dinamarquesa, que classificou apenas cinco das 109 zonas costeiras com “bom estado ecológico”. Em um país onde mais de 60% da área é dedicada à agricultura, uma das maiores concentrações do mundo, os alarmes não param de tocar.
A falta de oxigênio faz com que a flora e a fauna marinhas desapareçam. Em Vejle, cidade portuária da Dinamarca, uma câmera de vigilância submarina instalada pelo município só detectou um peixe em 70 horas.
Já em 2022, um informe da Universidade do Sul da Dinamarca (SDU) deixou claro o “mau estado ambiental” de 22 km de extensão, devido ao impacto de uma fábrica de fertilizantes, “em sua parte procedente das correntes das zonas cultivadas”. E quando a temperatura sobe, os problemas se acumulam.
— Tivemos um verão muito quente no ano passado, 2023, que levou a um enorme esgotamento de oxigênio — disse à AFP Mads Fjeldsoe Christensen, biólogo que trabalha com o gabinete do prefeito. 1 Foi muito ruim e vimos muitos peixes mortos.
Para amenizar a tragédia ecológica, cientistas e a prefeitura decidiram em 2018 reintroduzir as ervas marinhas, que ajudam a restaurar o ambiente subaquático. O procedimento é parecido com o plantio de mudas em um jardim, só que nas águas: em áreas ainda prósperas, os cientistas removem as gramíneas, um tipo de planta marítima, e voluntários as usam para enrolar em brotos em torno de um prego degradável. Assim, os mergulhadores conseguem fixá-los no fundo do mar.
É um primeiro passo para o fiorde, cujo ecossistema entrou em colapso nos últimos anos.
— A erva marinha é onde todos os peixes crescem, é como um jardim de infância para eles. Sem ervas marinhas não há espaço para a população de peixes crescer — explicou Fjeldsoe Christensen.
Retorno da vida aquática
100 mil ervas foram plantadas
Desde o início do projeto, mais de 100 mil ervas foram plantadas em seis hectares do fundo do mar. Em todos os lugares, mergulhadores estão agora redescobrindo a vida aquática, com caranguejos e peixes.
— Vemos os efeitos da restauração da natureza — diz o biólogo Timi Banke, da SDU, que está envolvido no projeto.
Voluntários em torno de baldes de brotos nas margens do Fiorde Vejle,
JAMES BROOKS/ AFP
O Greenpeace chamou a atenção para os “funerais” do fiorde em abril, devido à saúde precária das áreas costeiras do país.
— Está em mau estado porque não fizemos nada, mas não está morto — disse Banke, que comemorou a mobilização de ONGs e moradores locais.
Cerca de 50 voluntários em Vejle vieram trabalhar com o equipamento científico, apesar do mau tempo.
Em 8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos, o “think tank Taenketanken Hav” organizou mobilizações para plantar ervas marinhas em 32 locais em todo o país: “Ao plantar ervas marinhas, colocamos ênfase na restauração da natureza”, explicou a diretora-geral da organização, Liselotte Hohwy Stokholm, em seu site.

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