Primeira trama das oito da Globo Rio foi criada para concorrer com telejornal da Tupi e era adaptação de obra lançada no ano anterior pela emissora rival
Em 12 de setembro de 1966, há 58 anos, a Globo Rio estreava a novela O Rei dos Ciganos como sua primeira trama do horário nobre. A história de Moysés Weltman era uma adaptação de Olhos que Amei, trama da TV Tupi que havia estreado no ano anterior, em 1965. A emissora carioca regravou a novela da concorrência e fundou o novo horário para bater de frente com o jornal Repórter Esso, grande fenômeno da Tupi.
Como aponta o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, Moysés Weltman fez algumas modificações pontuais no enredo para que as novelas não fossem tão semelhantes. O autor trocou o cenária da Áustria para o seu país de origem, a Rússia, e precisou mudar nomes e personagens, uma condição essencial estabelecida por Glória Magadan, supervisora de dramaturgia da TV Globo na época, para que a obra seguisse adiante.
No Rio, O Rei dos Ciganos foi a primeira novela da faixa das oito, mas na Globo São Paulo o horário não era novidade. Desde 1965, a emissora paulista transmitia novelas no chamado “horário nobre“, sendo a primeira O Ébrio, baseada em uma canção de Vicente Celestino e escrita por José e Heloísa Castellar.
Em O Rei dos Ciganos, o foco principal era o cotidiano entre ciganos e nobres, recheado pelo triângulo amoroso entre o cigano Wladimir, personagem vivido por CarlosAlberto, a nobre Wanda, interpretada por SôniaClara e o vilão de AndréVillon que atrapalha o relacionamento do casal, CondeFernandoRacozy.
Segundo Xavier, a obra foi a primeira novela diária das atrizes SôniaClara e RenataFronzi, e a primeira novela da Globo de TheresaAmayo e dos atores RubensdeFalco e JaimeBarcelos. Para Carlos Alberto, que era o protagonista de O Rei dos Ciganos, a trama também ficou marcada: foi o primeiro trabalho depois do sucesso Eu Compro Esta Mulher, que ele havia protagonizado ao lado da esposa, Yoná Magalhães.