Novela foi releitura de sucesso dos anos 1980 e trouxe mudança de personagens, enredo e ambientações para modernizar história com dilemas modernos
Em 25 de setembro de 2023, há um ano, a Globo estreou uma versão atualizada de Elas por Elas como sua nova novela das seis. A história, inspirada no original de Cassiano Gabus Mendes que fez sucesso em 1982, foi escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, que modificaram pontos centrais da trama e trouxeram a primeira protagonista trans para um folhetim.
Entre as muitas mudanças da nova versão de Elas por Elas, a troca da personagem Carmen, vivida por Maria Helena Dias na novela original, para Renée, uma mulher trans interpretada pela atriz Maria Clara Spinelli, foi uma das decisões mais marcantes da adaptação.
Na versão original, a personagem que equivaleria à Renée era uma mulher cisgênero, mas os autores optaram por desenvolver um enredo diferente e substituíram a protagonista por uma mulher trans, o que deu à personagem uma nova perspectiva, marcada pelos dramas antigos e modernos.
No começo da trama, a personagem ainda é chamada de Renê e não passou pela transição. Depois de uma passagem de 25 anos, ela comparece à reunião de amigas convocada pela personagem de Deborah Secco, quando os dilemas da novela começam.
Em entrevista ao jornal O Globo, na época da estreia, Maria Clara declarou: “Fico muito feliz por Renée ter essa trajetória, com tantos conflitos, como é a nossa vida de verdade. A transgeneridade é também um ponto da história dela, mas em meio a tantos outros. Isso é revolucionário na dramaturgia“.
Diferente da primeira versão, que contou com sete mulheres brancas como protagonistas, o texto de Thereza Falcão e Alessandro Marson trouxe personagens mais diversas. Além de Maria Clara Spinelli, as atrizes Késia e Thalita Carauta, mulheres negras, foram escaladas como parte do grupo principal da história.
Apesar dos esforços em transformar Elas por Elas em uma novela que se conectasse com o público atual, a obra não foi bem recebida pelos telespectadores e ficou com uma média final muito baixa para o horário. Na Grande São Paulo, fechou com média de 15 pontos, a menor registrada nos últimos anos para a faixa.