Fórmula 1 busca maneiras de se tornar mais sustentável até 2030

A Fórmula 1 promoveu mudanças nos últimos anos para se tornar uma organização mais sustentável. Ainda assim, a principal categoria do automobilismo mundial segue com o objetivo de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa.

Até 2023, a intenção é se tornar “Net Zero”, isto é, ter um saldo neutro na geração de gases de efeito estufa, a um nível que possa ser absorvido pela natureza e através de outras medidas.

“Se todos nós nos unirmos, podemos trazer habilidades, conhecimento e experiência de lugares realmente incomuns, combiná-los e fazer uma diferença realmente grande”, disse o diretor de sustentabilidade da McLaren, Kim Wilson, em entrevista ao veículo CNBC.

Desde 2018, a Fórmula 1 reduziu 13% suas emissões por conta de mudanças relacionadas à quantidade de pessoas nas etapas e uma maior aplicação de energia renovável.

Apesar do avanço, entende-se que a categoria precisará promover diversas outras mudanças para que possa atingir o objetivo de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2030.

“Estamos buscando cortar nossas emissões em um mínimo de 50% com base em nossa linha de base de 2018”, disse Ellen Jones, diretora de ESG da F1.

Em busca de se tornar mais sustentável, a Fórmula 1 já definiu que os motores utilizados pelos carros a partir de 2026 deverão ter pelo menos 50% de sua potência gerada a partir de operação elétrica, além de utilizar combustível 100% sustentável.

O ex-diretor de tecnologia da F1, Pat Symonds, porém, aponta que a definição foi feita sem a especificação deum caminho claro para como alcançá-la. 

“O que é realmente importante é que, embora tenhamos definido esse objetivo, não definimos como chegar a ele. Temos cinco empresas de energia atualmente produzindo combustível para a Fórmula 1, e queremos que nossa regulamentação incentive a competição para encontrar a melhor maneira de chegar lá”, disse à CNBC.

Apesar das iniciativas, os carros são responsáveis por apenas 0,7% do total de dióxido de carbono produzido pela F1, algo próximo de 250 mil toneladas por temporada. 

Um outro fator que deverá ser reavaliado pela Fórmula 1 é o deslocamento exigido pelo campeonato. Uma auditoria da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) apontou que 45% das emissões da categoria são provenientes dos deslocamentos de pessoas, estruturas e equipamentos.

Na avaliação de Ellen Jones, diretora de ESG da F1, a categoria precisa reduzir as distâncias entre as corridas, bem como a quantidade de viagens necessárias. A ideia, porém, vai contra o objetivo de aumentar o número de etapas por temporada.

Além disso, o posicionamento de cada corrida no calendário tem grandes impactos nos negócios da categoria. A última corrida do ano, por exemplo, tem a tendência de gerar um apelo maior pela possibilidade de que seja decisiva para o campeonato.

Com isso, atualmente a Fórmula 1 não faz o caminho mais curto entre todas as suas 24 corridas ao longo do ano. Entre as três etapas nos Estados Unidos (Miami, Austin e Las Vegas), por exemplo, estão etapas na Europa, Ásia e América do Sul.

O GP São Paulo de Fórmula 1 é um dos exemplos da busca da categoria por sustentabilidade. Todo resíduo coletado durante o evento que ocorreu no último final de semana será reciclado.

O “rerrefino”, como é chamado o processo de recuperação do resíduo, resulta na matéria prima que retorna ao mercado em forma de óleo básico de alta performance.

Assim, além de evitar o descarte, o GP São Paulo colabora com a economia circular. A ação faz parte do programa de ESG do evento, em linha com as atuais diretrizes da FOM (Formula One Management).

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