Durante uma expedição para estudar a biodiversidade do Vale do Siang, no nordeste da Índia, entomologistas fizeram uma descoberta surpreendente: uma nova espécie de formiga com uma aparência rara, de cor azul metálica. Um artigo descrevendo o achado foi publicado na revista científica ZooKeys.
Os cientistas encontraram os insetos enquanto exploravam uma região florestal. A atenção deles foi atraída pelo brilho metálico das formigas. “Estávamos examinando um buraco em uma árvore, a cerca de 3 metros de altura, durante a noite, quando algo brilhou no crepúsculo”, relataram. Utilizando um aspirador de insetos, eles capturaram dois espécimes para análise posterior.
Ao examinarem os espécimes mais de perto, os pesquisadores notaram que a coloração e a forma da cabeça e do corpo das formigas indicavam tratar-se de uma nova espécie. Ela foi batizada de Paraparatrechina neela, sendo “neela” a expressão para “azul” em vários dialetos indianos.
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O que torna essa descoberta ainda mais notável é o fato de que, desde 1902, não se identificava uma nova espécie de formiga do gênero Paraparatrechina na Índia. Todas as espécies desse gênero são pequenas, e a recém-descoberta segue a regra, medindo apenas dois milímetros e possuindo olhos grandes. Essas características fazem da Paraparatrechina neela um inseto bastante raro.
Além da exuberante cor das formigas, destaca-se o fato de que o Vale do Siang, onde foram encontradas, é uma área de grande biodiversidade. No entanto, o local está sendo rapidamente alterado por grandes projetos de infraestrutura, como barragens, rodovias e instalações militares, além das mudanças climáticas. “O vale está mudando rapidamente devido a esses fatores”, afirmou Dharma Rajam, um dos autores da pesquisa, em comunicado.
Os pesquisadores agora esperam descobrir mais sobre a espécie para entender como ela desenvolveu sua coloração distinta. “Investigar a evolução dessa coloração e suas conexões com a elevação e a biologia de P. neela apresenta uma via emocionante para pesquisa”, concluíram os cientistas.
Essa descoberta destaca a importância de continuar explorando e estudando a biodiversidade, especialmente em áreas ameaçadas por atividades humanas. Cada nova espécie encontrada pode oferecer valiosas informações sobre a vida na Terra e a necessidade de preservação ambiental.