O COI tem tentado aproximar os Jogos Olímpicos da geração Z e a adição de esportes é um dos caminhos utilizados pela entidade para isso. Em Paris 2024, o Comitê Olímpico Internacional contou com o breaking como novidade e trunfo.
A iniciativa de adicionar esportes em busca de atingir outros públicos tem sido executada pelo COI desde Atlanta 1996, quando o vôlei de areia passou a fazer parte da programação dos Jogos. Desde então, diversos esportes passaram a ser disputados na tentativa de rejuvenescer o público dos Jogos.
Nas últimas edições, as Olimpíadas têm se aproximado de esportes mais ligados com a cultura urbana e o público jovem, como BMX (Pequim 2008), basquete 3×3, escalada, BMX freestyle, skate e surfe (Tóquio 2020).
Em entrevista ao site SportsPro Media, a diretora administrativa de serviços de televisão e marketing do COI, Anne-Sophie Voumard, afirmou que os patrocinadores dos Jogos estão seguindo o caminho proposto pela entidade.
Algumas marcas, como Samsung e Visa, chegaram a incluir atletas de breaking entre seus patrocinados. A Coca-Cola, parceira do COI, promoveu demonstrações da modalidade em uma de suas principais ativações em Paris 2024.
“Você está em uma das cidades mais tradicionais do mundo, com tanta história, estilo vintage e legado, e ao mesmo tempo está incluindo esportes jovens na mistura”, disse Brad Ross, vice-presidente de marketing e parcerias globais de esportes e entretenimento da Coca-Cola.
“Então você tem esse contraste do legado e da tradição com essa novidade e relevância. É uma convergência do antigo e do novo se unindo e tocando incrivelmente bem juntos no mesmo espaço. Acho que é isso que queremos continuar a ver e a fazer à medida que nos fortalecemos cada vez mais como movimento”, completou.
Ainda assim, o breaking não foi incluído no programa dos Jogos em Los Angeles 2028, que terá futebol americano (na modalidade flag, em que há menos contato físico), críquete e lacrosse como novos esportes.
Curiosamente o breaking, ausente na edição nos Estados Unidos, surgiu nos guetos de Nova York, nos anos 1970. Já o lacrosse retorna aos Jogos após ausência de 84 anos. Criada por povos nativos dos Estados Unidos, a modalidade foi disputada em Olimpíadas pela última vez em Londres 1948, como esporte de demonstração. O críquete, por sua vez, de origem britânica, foi disputado apenas uma vez anteriormente, em Paris 1900.
Apesar do revés daqui quatro anos, a expectativa na comunidade do breaking é de que o esporte voltará a figurar nos Jogos. Sergey Nifontov, secretário-geral da Federação Mundial de Dança Esportiva (WDSF, na sigla em inglês), projetou o futuro da modalidade nas Olimpíadas.
“[Espero que] as pessoas percebam como o esporte de dança pode contribuir para o esporte em si, como pode trazer interesse para um público totalmente novo. Então, quando as pessoas perceberem, porque isso só pode acontecer depois dos Jogos Olímpicos, tomarão uma decisão baseada nos números, baseada em sua percepção”, apontou.
“Portanto, acredito firmemente que os tomadores de decisão farão tudo o que for necessário para nos trazer de volta”, concluiu.