Em entrevista à CARAS Brasil, Felipeh Campos relembra Silvio Santos nos tempos de Qual é a Música? e fala sobre teoria de que seria Pablo
“Estou triste e quieto”, é assim que Felipeh Campos (50) se encontra após receber a notícia da morte de Silvio Santos (1930-2024). O apresentador faleceu aos 93 anos, neste sábado, 17, após complicações de infecção por Influenza (H1N1), o que provocou um quadro de broncopneumonia.
O jornalista tem uma história de parceria com o dono do SBT. Em entrevista à CARAS Brasil, Campos recorda quando foi contratado para trabalhar ao lado do comunicador no memorável Qual é a Música? e desmente a teoria de que seria o Pablo, dublador do programa.
“A partida do Silvio Santos me atingiu de uma forma profunda. Sem ele, nada na minha vida teria acontecido. Eu não teria conseguido estudar, não teria mesmo! Tive a honra de trabalhar ao lado do Silvio por 8 anos, e trabalhar com ele era algo completamente diferente de qualquer outra experiência em emissoras. Silvio era uma verdadeira emissora em si – uma usina de ideias, de disciplina, e sempre soube exatamente o que queria de cada um dos personagens que dividiam o palco com ele”, disse.
A trajetória de Felipeh no SBT começou nas novelas. A oportunidade de mudar de área de atuação surgiu após o fim do núcleo de novelas, o que resultou em um convite para testes do Qual é a Música?, de Silvio Santos.
“Apenas quatro meses após ser contratado, o Silvio decidiu acabar com o núcleo de novelas, e eu e alguns outros atores continuamos no canal. Em 1999, ele decidiu relançar o programa ‘Qual é a Música?’ e o SBT começou a selecionar atores para assumir o papel de dublador do programa. Eu também participei do teste, e, após um concurso de três semanas no programa do Ratinho, fui o escolhido. Deixo claro que nunca fui o Pablo; sempre fui o Felipe, o dublador do programa. Tanto que o próprio Silvio sempre me chamava pelo meu nome: “Felipe, qual é a música?”, afirma.
Encontro com Silvio Santos
À reportagem, Felipeh Campo relembra um encontro marcante com o apresentador em um dos camarins do SBT. De acordo com o jornalista, o comunicador era o patrão que buscava sempre se aproximar dos funcionários.
“Durante os pilotos do programa, um dia Silvio foi ao estúdio conhecer um por um do elenco que trabalharia com ele. E eu estava lá! Conversamos bastante, e posso dizer que Silvio era demais! Tivemos muitas histórias juntos ao longo dos 8 anos que trabalhei diariamente ao lado dele. Silvio era um patrão e colega de trabalho como nunca encontrei em nenhuma outra empresa. Fora do palco, ele era o Senor, o empresário; no palco, era o Silvio, o artista que nos convidava a jogar com ele. Sempre piadista, um dia ele me chamou para contar uma piada, e eu contei aquela do ponto verde no canto da parede. Gente, pra quê? Quando eu disse que era uma ervilha de castigo, Silvio começou a rir com vontade. Era a piada mais inocente que talvez ele já tivesse ouvido, e rimos muito vendo o Silvio rir por causa da ervilha”, recorda.