José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ou simplesmente Boni, foi o principal diretor da TV Globo numa época em que a emissora ditava moda e alcançava altíssimos índices de audiência com suas novelas. Cenário bem diferente do atual, no qual o canal pena para emplacar um sucesso.
Em entrevista à coluna de Joyce Pascowitch no ‘UOL’, Boni analisou o atual momento das novelas. Para ele, o formato, embora em crise, não vai acabar. “Acho que as novelas são eternas, mas não podem ser levadas a público sem pesquisas, estudos, marketing profundo”, disse.
“A novela é contada por grandes personagens e não pela história propriamente dita. Se trata de uma relação de convivência entre o emissor, no caso a TV, e o consumidor, no caso o telespectador”, continuou o pai de Boninho.
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Dois caminhos
Para Boni, a ficção precisa ser livre de qualquer amarra. “Novelas têm possibilidades imensas mas não podem ter tantas ‘obrigações’. A ficção tem que ser mais livre. Gosto de relembrar Janete Clair, que dizia que qualquer coisa pode existir na ficção, mas tem que ser verossímil”, lembrou o diretor.
“Hoje em dia, os formatos têm trazido dois caminhos que não gosto: maniqueísmo e remake. Acho que remake só vale quando é melhor que o original”, continuou Boni.
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“Eu, pessoalmente, quebrei a cara nas vezes em que fiz, como em Irmãos Coragem. Já em Selva de Pedra acertei porque o remake ficou melhor que o original”, finalizou o profissional, atualmente à frente da TV Vanguarda, afiliada à TV Globo no Vale do Paraíba Paulista.