A dentista Regina Maria Raffaele, de 41 anos, especialista em odontopediatria, avaliou o pequeno Arthur Duarte Alves, na Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande, e deu o diagnóstico: ele não tem dentes e sim uma “alteração do rebordo gengival”, que causa a todos a sensação de que são dentes. “A gengiva, ao invés de ser lisinha, é rugosa. E aí o freio fica isquemiado, branco, dando a sensação de que são dentinhos”, explicou.
Conforme a especialista, os bebês que nascem na Maternidade, além de passarem pela equipe médica e fono, também vão ao ambulatório, sendo avaliados por dentistas especialistas. “Qualquer alteração é verificada ali e eu atendo vários casos de bebês que nascem com dentes. No caso do Arthur, que é diferente do habitual, sempre encaminham pra gente. Tem o diagnóstico e já executa ali mesmo”, explicou a dentista
Conforme Regina, a “alteração anatômica” do Arthur continuará sendo avaliada por especialistas. “O dentista especialista deve fazer um raio-X para confirmar realmente se não é um dente. A mãe esteve com ele ontem, no ambulatório, e avaliamos até o momento que não é dente e sim um rebordo gengival, porque puxou o freio, daí fica isquemiado e branco mesmo, dando a sensação de que é um dente. No entanto, é comum nascer na mandíbula e este nasceu na maxila”, disse.
A médica fala ainda em alguns casos raros, de nascimento de dentes. “Casos como dentes em bebê é mais comum do que se pensa, ainda mais quando trabalhamos em uma instituição em que é grande o volume de bebês. Não é tão absurdo beber nascerem com dentes e aqui [Maternidade Cândido Mariano] temos um número relativamente maior do que em outras instituições. Quando o bebê nasce com dente, chama dente natal e aí a gente precisa averiguar se é o dente do bebê ou dente deciduo ou dente de leite como chamamos. E tudo precisa ser observado, se tiver molinho ou pontiagudo pode broncoaspirar e também machucar o seio da mãe”, finalizou.
Bebê surpreendeu pais e equipe médica em Campo Grande
A cumplicidade entre as Luciana’s – mãe e obstetra – fez com que o parto fosse extremamente tranquilo. No horário marcado para as 17h, da última sexta-feira (24), lá estava a comerciante Luciana Domingos Duarte, de 41 anos, além de sua família acompanhando cada detalhe e a equipe médica. No entanto, assim que Arthur Duarte Alves veio ao mundo, uma surpresa mudou tudo: ele nasceu com seis dentinhos.
“Eu nunca imaginei. Me disseram que nasce um entre três milhões com dente e ele nasceu com quatro embaixo e dois em cima. Agora tem a pele da gengiva em cima, que tá querendo rasgar parece. A gente sabe que é mais comum nascer com cabelo, mas, dente é algo que deixou todo mundo surpreso. O Arthur tá passando por especialista, estamos vendo se é melhor tirar ou cuidar, porque já falaram que tem o risco de cair e ele engasgar”, explicou ao Jornal Midiamax a comerciante.
Nos últimos dias, Luciana diz que foi orientada a buscar especialistas e está agendando consultas, mas, enquanto isso, a família está curtindo o novo integrante.
“O meu marido achou a coisa mais impressionante. E eu já tenho uma filha de 21 anos, que estava filmando, ao meu lado, quando a médica falou: ‘Ai Lu, ele nasceu com dente’. Eu disse: ‘Ué, dente?’ Foi um susto, uma surpresa, mas, eu confio plenamente na minha médica e nas orientações dela. E para quem eu contei, da família, foi surpresa também, ainda mais as pessoas de idade”, contou.
‘Olhei o rostinho e já vi a acentuação da gengiva’ lembra médica
No dia do parto, a ginecologista e obstetra Luciana Ribeiro Tannus Jaber, fala que rapidamente percebeu o que seriam os dentinhos. “Na hora que tirei o bebê, avaliei para entregar para mãe e olhei no rostinho e já vi uma acentuação da gengiva. Aí eu falei: ‘Ai Lu’, já comentando sobre os dentinhos. A mãe ficou surpresa, os familiares todos, mas, graças a Deus está tudo bem. A mãe já amamentando, está tudo bem”, ressaltou.
A médica fez um post sobre o caso do Arthur, escrevendo na legenda: ‘Bem-vindo ao mundo, pequeno milagre!’. “As pessoas comentam bastante e tem gente que brinca que os bebês já estão nascendo prontos e com celular na mão. Eu estudo muitas coisas a respeito, mas, não posso afirmar sobre uma mudança genética na população e nem nada neste sentido, só que é o segundo caso que atendi neste ano”, finalizou Ribeiro.