Os deputados federais do PSDB estão divididos quando o assunto é a anistia para condenados na invasão dos prédios públicos em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.
No fim de semana, o governador Eduardo Riedel (PSDB) se posicionou favorável à anistia, mas entre a bancada não há consenso.
O deputado federal Beto Pereira (PSDB) tem pensamento semelhante ao de Riedel e disse à reportagem nesta terça-feira que posicionará favorável à anistia.
Já o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) é contrário.
“Temos que chegar a um consenso de dosar a pena conforme envolvimento de cada um. Sou contra a anistia até pedagogicamente, para futuras gerações entenderem a gravidade de atentar contra democracia. Tem que ser penalizado. Sem anistia a quem cometeu atentado ”, justificou.
O deputado Dagoberto Nogueira (PSDB) pontua que é contra anistia para os 17 denunciados na trama que envolveria até um atentado contra Lula, mas não vê dificuldade se precisar anistiar os invasores.
“Anistia para proteger a democracia e não a ditadura, mas temos que ver quem estava promovendo. Tem as Maria vai com as outras, quem estava sendo pago. Muita gente que vai como boiada. Há uma divisão que acho que terá que ser negociada. Nesta negociação, posso votar para anistia, exceto para quem cometeu crimes mais graves durante essa invasão”, ressaltou.
O deputado avalia que o projeto pode nem ser votado por conta da manifestação do fim de semana, onde se esperava um milhão e teve presença de 45 mil.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) usou a rede social, no sábado, para se posicionar favorável ao projeto de anistia a presos da invasão do 8 de janeiro, que deve ser votado no Congresso.
“Tenho conversado recentemente com o governador Tarcísio (governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas), a senadora Tereza Cristina, entre outros líderes do nosso país, a fim de defender uma revisão da dosimetria de penalizações sobre os acusados do 8/1. Considero necessário aprovar uma anistia, que em muitos casos também tem caráter humanitário”, iniciou Riedel.
O governador disse ainda que, do ponto de vista dele, não dá para julgar e penalizar com a mesma régua o que é completamente diferente.
“Do ponto de vista político, acredito que o Congresso Nacional tem obrigação de votar a matéria, considerando-a inclusive como um passo imprescindível para a pacificação do país. Não dá pra errar de novo e no mesmo lugar: tentar reparar eventuais excessos cometidos naquele momento com excessos do atual momento”, comentou.
Riedel continuou o texto falando em olhar para frente e se afastar da guerra política e confronto ideológico.
“Temos de olhar para a frente e nos afastarmos da guerra política e dos confrontos ideológicos para reunir forças e fazer o verdadeiro enfrentamento dos problemas nacionais gigantescos, que estão à espera de novas ideias, uma agenda mais realista e com coragem para fazer o que precisa ser feito. Ou seja, cuidar da agenda do Brasil real, do Brasil verdadeiro. É nisso que eu acredito. E percebo que este é o sentimento de todo o nosso país”, postou.










